Uma testemunha explanou para policiais civis como se deu a união entre a milícia e traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP) em Seropédica. Ela acabou conduzindo policiais até o local onde a milícia e o tráfico agiam, o que resultou em três presos, todos eles defendidos pelo advogado Luiz Gustavo da Silva Paixão, assassinado hoje na cidade.
Essa testemunha revelou que o líder da milícia na cidade, vulgo Bigode, recentemente preso, se associou ao traficante Bicheiro, também preso há pouco tempo, oriundo da comunidade do Complexo da Maré,
Com essa união, foi implantada na cidade a venda de drogas fornecidas pelo TCP.
Bicheiro passou a fornecer a Bigode” as drogas e armas para fortalecer a milícia”;
Parte do lucro obtido com a venda das drogas no município de Seropédica é repartido ao TCP.
Após a prisão de Bigode, o miliciano Vitinho assumiu a liderança do grupo.
Esse preso, por já ter atuado no Comando Vermelho, passou a ser perseguido pela milícia.
E em 5 de agosto, teve a casa invadida por seis paramilitares armados, entre eles Vitinho
O bandido afirmou que ele ainda era envolvido com o CV mas o depoente disse que não.
Vitinho lhe deu um tapa, a esposa gritou e foi agredida, tendo
tendo caido no chão com a filha nos braços.
Vitinho tomou o telefone celular do declarante e passou a mexer no aparelho a fim de encontrar alguma prova do envolvimento do declarante com o tráfico do CV.
Por fim, Vitinho disse que por não ter encontrado nenhuma prova não iria matar o declarante, mas ordenou que o declarante saísse de Seropédica e nunca mais voltasse, avisando que se encontrasse o declarante na rua iria mata-lo e picotar o corpo;
Antes de ir, Vitinho pegou a moto do declarante e roubou o veículo; Além da moto, o bandido roubou o telefone do declarante e exigiu que fosse fornecido as senhas. Após o roubo o declarante chegou em sua conta bancária que foi subitraído a quantia de R$ 999,00;
Ele viu sua motoccicleta sendo usada pela milícia na extorsão de comerciantes, na altura do km 49 de Seropédica;
Junto de Vitinho estava Marcelinho Macabu que encontrava-se armado de fuzil tendo invadido a casa de declarante ju
Junto dos dois, estava Careca e outros três milicianos não identificados.
O declarante disse que Vitinho começou sua carreira no crime vendendo drogas nas “casinhas” do km 54 da Rodovia Rio X São Paulo. Ocasião em que o declarante era viciado e comprava drogas com ele.
Vitinho assumiu a milícia de Bigode desde a prisão deste.
E a milícia de Bigode fechou parceria com o TCP, Terceiro Comando Puro, da Comunicande da Maré sendo Bicheiro, um dos líderes do tráfico de lá,, responsável por fornecer drogas e armas para a milícia Vulgo J,
J é o homem de confiança de “Bicheiro” no município de Seropédica, sendo responsável por fornecer armas e drogas e recolher o dinheiro das vendas das drogas das bocas do Areal, localizada na Rua Regina Soares esquina com Rua 46, Bairro Boa Esperança, Seropédica e a boca do Peixoto localizada na Rua Vovô Romano esquina com Rua Josino Fernandes Nunes;
Além de recolher o dinheiro da venda de drogas dos “esticas” (traficantes que vendem drogas em casa).
Na localidade do Areal, km 49, tem uma boca de fumo comandado por “Bicheiro”, tendo como frente da boca o “J”, fica responsável por levar armar e abastecer a boca de drogas;
O braço direito de J é Guigui, que atua junto com ele no abastecimento e recolhe o dinheiro das bocas;
Guigui junto de seus irmãos Ligueirinho e Cheio de Dente fazem a segurança da boca de fumo das bocas de “J”; Q
O declarante informa que nas quintas, sextas e sábados, semanalmente são feitas as cobranças da milícia ao comércio local na localidade do km 49.
Além da extorção ao comércio local, nestes dias são feitos o “recolhe” das bocas de fumo de domínio do traficante de vulgo “J”;
Ele chegou a se oferecer informações a mostrar os locais de atuação da milícia;
Em companhia de um policial civil, embarcou um uma viatura descaracterizada e juntos com outros policiais civis partiram em direção ao local onde milicianos estariam em atuação.
Ao chegar ao km 49 da rodovia 465, Rio x São Paulo, o declarante teve a atenção voltada para dois milicianos que caminhavam junto ao comércio começando a efetuar a cobrança.
O policial que encontrava-se com o declarante passou a informação para os outros policiais que encontravam-se em outras viaturas ostensivas.
Os policiais civis abordaram os dois milicianos que estavam na cobrança;
Após a prisão dos milicianos que estavam realizando a cobrança, o declarante em companhia dos policiais foram em direção ao bairro do Peixoto, a fim de flagrar “J” fazendo o recolhe do tráfico.
Na esquina da Rua Isidro Borges com Av. Min Fernando Costa, os policiais civis visualizaram o “J” em uma motocicleta.
“J” ao avistar as viaturas da Polícia, tentou se evadir, sendo alcançado pelos policiais. Ele confessou que estava fazendo o recolhe do tráfico;
De dentro da viatura o declarante escutou o momento em que “J” disse: Perdi, meu chefe e ao ser indagado sobre o dinheiro que estava em seu bolso disse que “é do recolhe;
Após as prisões, ele foi encaminhado a delegacia e identificou os presos como integrantes da milícia de Bigode, um deles de vulgo Merdero, que exerciam a função de cobrança.
Reconheceu também J, responsável pelo fornecimento de drogas e distribuição das armas para os seguranças das bocas de fumo sob seu domínio. .