A interação dos irmãos Brazão, mandantes do assassinato de Marielle Franco com grupos paramilitares é intensa e se destaca na Zona Oeste do Rio de Janeiro, notadamente nos bairros de Jacarepaguá, Tanque, Gardênia Azul, Rio das Pedras, Osvaldo Cruz e arredores.
A divergência dos Brazão com Marielle sobre a destinação de terras em áreas de milícias foi a principal motivação para o assassinato da vereadora.
Oriundo do bairro de Jacarepaguá, Domingos Brazão fez naquela região seu principal reduto político.
A página contendo a biografia do ex-deputado e atual conselheiro do TCE, segue ativa na página da ALERJ33, onde explicita:
“No ano de 1994, com forte apoio de sua base, então resumida na zona oeste do Município do Rio de Janeiro, concorreu ao seu primeiro
pleito com expressiva votação, tornando-se um suplente com mínima diferença do ,imediato eleito.”
Em relação à sua influência e interação com a milícia de Rio das Pedras, esse foi o primeiro grupo paramilitar constituído para esse fim que se tem notícia no Rio de Janeiro.
Ante a densidade populacional da área controlada por um grupo de agentes do estado não durou muito tempo para que os políticos percebessem o potencial eleitoral do local.
Neste sentido, observa-se quea família Brazão goza de especial influência na comunidade de Rio das Pedras, um enclave geográfico controlado por organização criminosa do tipo milícia há mais de duas décadas.
A principal liderança local que fazia a interface com a família Brazão seria o expolicial militar , vulgo Fininho, condenado em
razão das investigações encetadas pelo GAECO/MPRJ por ocasião da deflagração da Operação Intocáveis, que investigou a milícia que
atuava nas comunidades Rio das Pedras e Muzema, na qual interceptações telefônicas revelaram elos entre os Brazão e milicianos.
Informação recebida pelo Disque-Denúncia em agosto e setembro de 2010 aponta para as relações entre a milícia de Rio das Pedras e o Clã Brazão e indica que somente aos candidatos a ele vinculados era permitido o ingresso na comunidade para angariar votos e promover atos de campanha.
Durante as sessões públicas da CPI das Milícias, especialmente a de 09 de setembro de 2008, em que fora ouvido o falecido vereador Josinaldo Francisco da Cruz, o Nadinho, muito se falou no nome dos Brazão, sobretudo Domingos, como políticos que tinham influência sobre a milícia que dominava a comunidade de Rio das Pedras e adjacências.
Havia a relação da família também com Edmilson Macalé, miliciano que atuava em Oswaldo Cruz, que foi quem convocou Ronnie Lessa para participar do homicídio de Marielle.