Apesar de preso há alguns anos, o traficante Emerson Brasil da Silva, conhecido vulgarmente como “Raro”, continua sendo uma das principais expressões da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) e com poder de decisão. Atualmente, Emerson Brasil da Silva, que tem sua periculosidade aferida como altíssima e permanece sendo cultuado por comparsas.
Por conta disso, a polícia pediu no ano passado sua transferência para uma cadeia federal.
A base de atuação de Raro é o Complexo da Pedreira, em Costa Barros, comunidade que está em guerra com o vizinho conjunto de favelas do Chapadão há muito tempo.
Ele iniciou no submundo do crime no ano de 2006, ainda como adolescente infrator, cometendo roubo de veículos, quando foi apreendido em flagrante.
Em 2007, foi instaurado em desfavor do interno em referência procedimento policial para apurar os crimes de associação criminosa, associação para o tráfico de drogas e porte de arma de fogo de uso restrito.
A essa época, “Raro” pertencia a organização criminosa Amigos dos Amigos (ADA) e atuava em diversas áreas sob o domínio da sigla criminosa em crimes como tráfico de drogas, associação para o tráfico e roubos a veículos.
Em 2009, Emerson teria sido apontado como principal gerente do tráfico de drogas no Morro da Lagartixa, associando-se a principal liderança criminosa na localidade, Celso Pinheiro Pimenta, conhecido como “Playboy”, morto em 2015 em operação policial.
A partir desse contato com “Playboy”, que era um dos principais estrategistas em roubo de veículos e roubo a cargas no Rio de Janeiro, “Raro” passou a se especializar nessa atividade de crime, diversificando sua atuação, arregimentando homens para seu bando e aferindo vultuosos lucros com a venda de cargas roubadas. Após a morte de “Playboy”, Emerson passou a ser o ponto focal de roubo de cargas do TCP na zona norte, sendo certo que nenhuma ação criminosa é executada sem o aval, conhecimento e planejamento da citada
liderança.
Por sua capacidade de articulação, poderio bélico e capacidade de formar grandes grupos de atuação em prol do crime organizado, “Raro” passou a ser um dos principais estrategistas na organização criminosa TCP, traçando planos e participando de invasões a comunidades sob influência de grupos rivais.
Em 2016, após a prisão de uma das principais lideranças do TCP, Carlos José da Silva Fernandes, conhecido como “Arafat”, Emerson Brasil da Silva passou a ser o principal responsável por toda a venda, distribuição e comercialização de ,drogas no Complexo da Pedreira.
Emerson passou a ser considerado uma das principais lideranças criminosas do Rio de Janeiro, voltando suas ações em prol
de sua organização criminosa, o TCP. (idem)
Em 2019, Emerson Brasil da Silva, apontado como sendo o chefe da maior quadrilha especializada em roubos de cargas no Rio de Janeiro, e foragido desde 2013, foi preso em Cabo Frio, após operação policial, em uma casa que estava construindo para si.
No ano de 2022, Emerson Brasil da Silva foi investigado pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver de Wallace Dionisio de Assis, na comunidade da Pedreira, em Costa Barros, área sob jugo de Emerson.
]Em diversas redes sociais, é possível notar a idolatria dispensada a lideranças criminosas como Emerson Brasil da Silva, bem como a liderança que exerce sob o mundo criminoso, principalmente em áreas sob seu jugo. Gírias como bonde do raro”, “Mó complexão”, “Tropa do raro”, “Cpx”, entre outras, são usadas para enaltecer a criminalidade desempenhada por Emerson, e divulgar conteúdos ilícitos pela rede mundial de computadores. (provas obtidas em postagens em redes sociais)
Ao longo dos anos, foram instaurados ao menos 60 (sessenta) procedimentos policiais para apurar diversas práticas criminosas imputadas a
Emerson Brasil da Silva. Entre os crimes de maior gravidade, pode-se citar tipos penais como roubo, roubo majorado, tráfico de drogas ilícitas, associação para o tráfico, homicídio, latrocínio e associação criminosa.
A periculosidade de Emerson Brasil da Silva evidenciou sua ascensão, fato que gerou prestígio no submundo do crime, fazendo-o ascender como uma das principais lideranças do TCP que possui o controle territorial e influência em diversas comunidades da zona norte do Rio de Janeiro.
Sua permanência em unidade prisional estadual representava um perigo, não só para a segurança pública, mas como para toda a sociedade, em especial em áreas dominadas pelo tráfico de drogas que possui influência direta da organização criminosa Terceiro Comando Puro.
A proximidade de “Raro” com seus asseclas pertencentes a seu grupo criminoso facilitava a transmissão de ordens e a organização de ações criminosas que visem o confronto com agentes de segurança bem como com grupos criminosos rivais, possibilitando mais celeridade e objetividade, sempre na intenção de expandir seus domínios territoriais, permitindo a comercialização de drogas ilícitas e armas e dificultando ações preventivas por parte do estado.
Sua permanência no estado o colocava à disposição de diversos recursos que permitiam a comunicação com o mundo extra cárcere, como advogados, visitantes, familiares e aparelhos de telefonia celular que, no interior de unidades prisionais.