Denúncia do Ministério Público Estadual traz mais detalhes da quadrilha comandada pelo traficante Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha, em Unamar, distrito de Cabo Frio.
A organização age pelo menos desde 2018. Há duas células em Cabo Frio e uma terceira, ainda maior, localizada na Penha, qual abastece e coordena as células locais, que lhe são subordinadas.
A primeira célula local é capitaneada pelo traficante Demizinho, preso em Bangu e que teve contato com Abelha na cadeia.
Demizinho explora o tráfico de drogas na Rua Sinagoga, Rua das Pacas e na Praça de Unamar. Seu gerente mais próximo é Pablo Escobar.
Em grau hierárquico abaixo de Escobar e diretamente subordinados a este se encontram os denunciados Samuray, Coelho ou Júnior, Pão e Pixote.
Pixote é o gerente operacional das atividades criminosas executadas na Rua das Pacas e na Praça de Unamar, ou seja, é o responsável por organizar a mão de obra e abastecer o tráfico local.
A segunda célula é capitaneada pelo denunciado Neurótico que, mesmo preso, remotamente delega as operações locais para os gerentes operacionais Pão e Gêmeos explorando o comércio de entorpecentes na Rua Tubarão, Rua da UPA, Rua Doze e Rua Dezesseis.
Apesar de estruturalmente dividida em atuações locais, a investigação logrou êxito em evidenciar que há cooperação recíproca e armada dos denunciados para explorarem o comércio ilegal de entorpecentes no segundo distrito de Cabo Frio, eventualmente compondo milícias armadas para atacarem a facção rival do TCP e também se protegerem, tomando decisões estratégicas em benefício comum das duas “células”.
Por derradeiro, acima destas duas células locais paira a liderança estadual do Comando Vermelho exercido por Abelha;
O s crimes acima narrados são praticados com emprego de arma de fogo, conforme consta dos inúmeros registros de ocorrência e autos de prisão em flagrante que acompanham a presente, nos quais houve inclusive confronto armado com a PMERJ.
Abelha e Demizinho se aproximaram quando presos juntos no presídio Gabriel Ferreira de Castro a partir de 2018, e estabeleceram vínculos para o abastecimento de entorpecentes provenientes da Capital para Unamar contando com cooperação de Escobar que permanece livre para circular; todos incorrendo, uma última vez, no crime de associação para o tráfico intermunicipal de entorpecentes.