A investigação que resultou na operação de hoje contra PMs e policial penal envolvidos com a quadrilha do contraventor Rogério Andrade revela que a segurança do bicheiro tinha dois pilares_ os policiais Araújo e Pinheiro_ que eram os responsáveis pela segurança pessoal do capo da contravenção.
Araújo era o gerente geral e responsável pela macrogestão do aparato bélico, militar e humano envolvido no braço armado da organização. Atuava também na segurança dos pontos dos jogos e na disputa contra grupos rivais.
Pinheiro era o chefe de segurança pessoal e era encarregado da proteção dos líderes e de seus lares e familiares mais próximos, chefiando os seguranças de menor escalão.
Os dois intervinham nas disputas territoriais contra quadrilhas inimigas, monitorava veículos nas proximidades da residência do chefão e forjava operações policiais para dar aparente combate à máfia dos jogos ilegais.
Um policial foi flagrado em uma interceptação comentando sobre uma operação forjada em que precisava de três marmitas para fazer um teatro na 30ª DP (Marechal Hermes),
Marmitas são máquinas caça níqueis que eram entregues a policiais para forjar apreensões.
A segurança pessoal de Rogério Andrade era composta por 36 pessoas e para isso o grupo gastava por mês R$ 206 mil mensais. Os salários variavam entre R$ 5.600 a R$ 7.600, valores compatíveis com a remuneração de um soldado da PMERJ.
Os seguranças eram pagos até mesmo em períodos em que Rogério de Andrade estava foragido da justiça e que realizavam missões, rondas e abordagens para garantir a livre circulação do chefão.