Escutas telefônicas de uma investigação sobre uma milícia que atuava na Malvina, Venda Velha, Pau Branco e Parque José Bonifácio, em São João de Meriti revelaram uma conversa em que um integrante da quadrilha vulgo Curisco disse que teria recebido uma ligação de policiais militares lotados no Apetran, falando que queriam conversar.
Curisco então explicou que teria ligado para PV e marcado com os policiais às 12 hs. Salientou ainda que casos os PMs quisessem conversar tinham que subir o morro.
Segundo os autos, a conversa seria sobre acerto de pagamento de propina.
PV era o encarregado de pagar o arrego dos PMs do trânsito.
A quadrilha tinha policiais militares e ex-PMs também. Eles loteavam as áreas; que não havia um chefe de todos eles, que em muitos lugares um policial militar era o responsável por aquela área; que eles conversavam entre eles para acertar preços, valores, que eles arrendavam territórios, que às vezes o território era de um, mas um tinha que repassar uma verba para outro; que em algumas conversas um policial que estava preso à época cita a existência de uma caixinha, que todos eles contribuíam para essa caixinha e dessa caixinha saíam recursos para comprar armas e pagar advogados.
Outra interceptação relevante é uma em que um miliciano pede autorização para cometer um homicídio.
“Estou chegando perto dele (vítima), posso matar chefe”. Do outro lado da linha, o interlocutor respondeu, “pode”