Eram muitas as denúncias contra Marlon Schuengue da Silva, o Alemão, presidente da Associação de Moradores da Gardênia Azul assassinado ontem na Freguesia, tanto na época atual do tráfico como quando a milícia atuava na área,
Marlon foi colocado no local pelo miliciano Leandro Gargalhone mas continuou depois que Macaquinho tomou a área e permaneceu também quando Gargalhone recuperou o aposto e após o acordo que trouxe o Comando Vermelho para a comunidade.
Antigamente haviam várias associações de moradores na Gardênia mas com as sucessivas mudanças no comando da favela, Marlon havia se tornado absoluto.
Embora não se envolvesse diretamente com a venda de drogas, ele determinava como os traficantes deviam proceder na Gardênia seguindo as ordens de Doca da Penha.
O tráfico, por exemplo, não acontece na área central da Gardênia mas sim nas localidades do Canal do Anil, Chico City e Marcão. Os principais expoentes sãó BMW, Pteto Fosco, Juninho e Sem Nariz.
Com a morte de Lesk por conta do assassinato dos médicos, ele passou a tomar conta de tudo que ele tinha lá: casas, lojas, máquinas caça-niqueis, entre outros itens. Passou a controlar também a distribuição de água, carvão, internet e TV a cabo clandestina. Os lucros iam todos para ele.
Ainda cedeu aos traficantes os nomes de pessoas supostamente ligadas a milícia como comerciantes, antigos líderes comunitários e moradores, que foram expulsos da localidade, alguns deles vivendo fora do Rio longe da família.
Ele chegou a ameaçar tomar um prédio que teria sido construído por uma pessoa ligada a milícia. Eles foram até o Doca desenrolar e fol feito um acordo e o edifício não foi tomado
No período de domínio da milícia, comerciantes reclamavam da pressão que Marlon, que foi colocado lá pelos paramilitares,,com diversas taxas impostas pela associação. A cobrança continuou depois que o tráfico assumiu.
Os moradores se queixavam na época que eram obrigados por Marlon a pagar uma taxa de R$ 20 para receber suas mercadorias pelos Correios.
Na Avenida Isabel Domingues, barracas irregulares na calçada e ciclovia com apoio da milícia e de falsa documentação obtida pela associação de moradores chegaram a ser alvos de Operação Choque de Ordem da Prefeitura.