Segundo a última investigação a que tivemos acesso sobre o Morro do Dezoito, em Água Santa, quem dá as ordens por lá é o traficante Edgar Alves de Andrade, o Doca.
Foi ele que deu a ordem por exemplo para extorquir em R$ 20 mil uma empresa de engenharia que realizava uma obra na região em 2020.
Baseado no Complexo da Penha, Doca era representado por dois frentes, HO, que foi preso e Bruno PT, que acabou morto.
Sem os dois, Jean do Dezoito, que saiu da ADA, virou o novo frente do morro, cargo que já havia ocupado antes quando a favela era dominada pela ADA.
Os traficantes ganhavam dinheiro com o fornecimento clandestino de internet e TV, cobrança de “taxas” de segurança a moradores, entre outros.
Drogas comercializadas são enviadas inicialmente para a Vila Cruzeiro, para o Morro do 18 e posteriormente para o Morro do Barão, na Praça Seca.
O bando também tem extensões em Santa Teresa, região central da capital e no município de Mendes, no Sul Fluminense;
Outros traficantes de destaque na hierarquia do Morro do Dezoito são Dumec, que só estava abaixo de HO e de Bruno PT, e Jota, um dos seguranças dos líderes.
No braço da organização criminosa responsável pelo roubo de veículos é possível verificar a seguinte estrutura: mecânico responsável pelo desmonte dos carros; motorista frentinhas que transporta as peças aos ferros-velhos; motorista de caminhão reboque que retira a carcaça dos veículos roubados do interior da comunidade; traficantes responsáveis por autorizar os roubos por serem mais uma fonte de renda da organização.
Restou possível apurar, ao longo da investigação, que qualquer crime cometido na região, seja roubos de carga ou de veículos, que utilize a estrutura da Organização Criminosa para proteção dos autores de forma a terem um local seguro para consumar o delito cometido, é devido o pagamento de uma taxa em dinheiro ou em mercadoria (produtos do crime) pelo uso da base e de sua estrutura.