A nova investigação sobre a milícia de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, revelam novos personagens e cobranças de taxas até de obras da Prefeitura.
O trabalho possibilitou-se, ainda, um detalhamento quanto ao modo de arrecadação das malsinadas “taxas de segurança”, sobretudo em face de empresários do ramo da construção civil atuantes na Zona Oeste do Rio de Janeiro, ratificando-se a ideia de que elas representam inquestionável fonte do poderio econômico ostentado pela milícia, com arrecadação de valores altíssimos, havendo uma verdadeiro “empresa” para cobranças, controles de pagamento, dissimulação das cifras criminosas e, até, “embargo de obras” em caso de inadimplemento.
A organização da “empresa criminosa” é revelada através das diversas planilhas de controles de pagamento das “taxas” com nomes de devedores, datas e valores sendo estarrecedor o fato de que nem mesmo as “Obras da Prefeitura” escapavam das cobranças.
Um destes novos personagens era Cansado ou Fechamento. Ele age como uma espécie de “porta voz” ou “longa manus” do capo máximo da horda,”, sendo pessoa de sua extrema confiança.
Zinho blindava-se ao máximo para que seu atual paradeiro não seja descoberto. “Ele evita se valer de meios de comunicação rastreáveis – como é o caso das conversas através do aplicativo “WhatsApp” – para passar ordens e obter informações de seus comparsas, valendo-se, na maioria das vezes, do denunciado Andrei como um “homem de recados”.
Quando o faz pessoalmente, “Zinho” utiliza-se do terminal telefônico utilizado por Cansado, tudo demonstrando proximidade física entre eles, além de inegável relação de fidúcia.
Careca faz parte do núcleo operacional, sendo um dos responsáveis pela “comercialização de armas de fogo de grosso calibre e de altos valores no mercado paralelo do submundo do crime, como fuzis que chegam a ser negociados por R$ 42.000,00.
Pardal era responsável por extorsões realizadas contra condomínios já habitados (“taxas de portaria”), lojas do comércio em geral e empreiteiras, inclusive as contratadas para realizar obras para a Prefeitura da Cidade, tudo em variados bairros das áreas dominadas pelo grupo criminoso, como Campo Grande, Santa Cruz, Nova Sepetiba, Ilha de Guaratiba, entre outros.
Os valores arrecadados eram supostamente revertidos para a ORCRIM, havendo nos autos tabelas de prestação de contas, diálogos decorrentes das quebras de sigilo que demonstram as transferências e depósitos realizados, fotos e outras comprovações.
Bolinho tinha a função de realizar as cobranças extorsivas e, por vezes, recolher as quantias decorrentes,. Outros diálogos apontam para interferência em obras que os responsáveis não estariam pagando as taxas impostas pela ORCRIM. Consta dos autos fotos das armas supostamente utilizadas pelo acusado, bem como maços de dinheiro decorrentes das cobranças.
Noque era um dos destinatários finais dos valores arrecadados pela quadrilha.
Canela exercia função de segurança/soldado, atuando na contenção armada do bando. Ele é acusado do homicídio de vítima policial militar, com consequente ocultação de seu cadáver.
Papel tinha sido preso na fase ostensiva da Operação Dinastia, em flagrante com “uma grande quantidade de munição de fuzil de calibre 762, além de duas granadas, um colete, peças de fuzil desmontado, dois carregadores de fuzil e uma luneta, além de fardamento do BOPE/PMERJ, um colete com placas balísticas, um distintivo da Polícia Militar, paths da CORE, uma toca ninja e um cinto tático”, além de estar a bordo de veículo receptado. Segundo a acusação, ele se valia de outros milicianos para efetuar as cobranças, entretanto continuava sendo por elas responsável, na medida em que chega a afirmar que “teria diminuído o valor das cobranças
RT realizaria extorsões em favor da ORCRIM.
Jonatha integraria o bando de forma ostensiva na função de soldado/segurança.
Hudson tinha suas contas bancárias frequentemente utilizadas por ele e por outros membros da associação criminosa como o denunciado Bolinho para passagem de valores recebidos a título de pagamento das infames “taxas de segurança”, cobradas de comerciantes, moradores e, sobretudo, de empreiteiros que ousam empreender nas áreas dominadas pelo “Bonde do Zinho”, além de organizar planilhas de cobrança e sacar valores, buscando a pulverização dos valores.
China tinha suas contas bancárias frequentemente utilizadas para passagem de valores recebidos a título de pagamento das infames “taxas de segurança”, cobradas de comerciantes, moradores e, sobretudo, de empreiteiros.
Fabíola e Gabrielli, companheiras de integrantes do bando teriam cedido suas contas bancárias, por incontáveis vezes, para a utilização por seus companheiros, e outros comparsas para que nelas fossem depositados valores supostamente ilícitos auferidos com a prática de atividades criminosas.
O núcleo extorsionário da quadrilha age através do constante emprego de armas de fogo de uso permitido e de uso restrito, as quais são utilizadas, diuturnamente, pelos milicianos para a existência e funcionamento da associação criminosa, havendo entre eles intensas negociações para compras de armas de fogo, munições e acessórios, de valores altos no mercado paralelo do submundo do crime organizado e, ainda, utilização de armamentos oriundos das Forças de Segurança Pública.