Um policial civil aposentado está com a prisão preventiva decretada suspeito de matar um motociclista em uma suposta discussão de trãnsito em outubro do ano passado, no Itanhangá, na Zona Oeste do Rio.
Segundo os autos, o acusado desferiu três disparos com sua arma de fogo contra a vítima Francisco Flavio Freitas Correia, que estava conduzindo sua motocicleta, em plena via pública, quando se dirigia ao seu local de trabalho, em razão de suposto desentendimento de trânsito.
Um funcionário de um posto de gasolina afirmou ter visto o momento em que um carro preto passa pela motocicleta da vítima e efetua cerca de três disparos de arma de fogo, e em seguida avistou o piloto caindo lentamente do veículo.
Segundo consta do relatório final de inquérito, um grupo de mototaxistas da localidade teria afirmado ter visto uma discussão de trânsito entre a vítima e o condutor de um veículo preto, que aparentava ser um Fiat Palio, e que ambos trafegavam em alta velocidade e gesticulando, até que, em determinado momento, o motorista do veículo emparelhou com a motocicleta da vítima e desferiu disparos contra ela, que foi atingida e faleceu no local.
A versão apresentada pelas testemunhas vem corroborada pelas imagens das câmeras de segurança dos condomínios e estabelecimentos localizados nas vias públicas onde se deram os fatos em que também se pode perceber que o denunciado persegue a motocicleta, inclusive permanecendo sempre bem próximo a ela, atirando contra a vítima no momento que passam pelo posto de gasolina, e nos momentos seguintes, aparecendo somente as imagens do veículo do autor dos disparos.
O réu, por sua vez, ao ser intimado por contato telefônico para comparecer à distrital, afirmou ter sido vítima de tentativa de homicídio na manhã do dia dos fatos (16/10/2024), razão pela qual teria reagido e efetuado os disparos sem saber se havia vitimado alguém.
No entanto, da análise das imagens capturadas faz concluir que o veículo preto estava o tempo todo atrás da motocicleta da vítima, como se a estivesse perseguindo pela via pública, o que fragiliza a veracidade da versão apresentada pelo denunciado.
Segundo a Justiça, a ousadia da ação ganha ainda maior relevo quando se constata que partiu de um ex-agente da lei, a quem, precipuamente, incumbia a defesa da vida, fazendo, com isso, periclitar a credibilidade da sociedade no sistema de justiça como um todo e se configurando em verdadeira inversão de valores.
FONTE: Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro