Depois de seis anos, a Justiça decidiu levar a júri popular Lucas M.C acusado de participar de uma sessão de tortura e morte contra Geison Marques dos Santos, em Visconde de Itaboraí, Itaboraí. O filho da vítima também foi agredido e contou com detalhes sobre como tudo ocorreu.
Narra a denúncia que, no dia 27 de setembro de 2017, por volta das 23h30min, em um matagal próximo à Rua Adelaide Magalhães, lote 06, bairro Maravilha Visconde de Itaboraí, Lucas e comparsas agrediram e desferiram disparos de arma fogo contra Geison.
O crime foi cometido por motivo torpe, qual seja, em represália por a vítima supostamente andar armada e ameaçar traficantes da localidade.
O crime ainda foi cometido mediante tortura, eis que a vítima e seu filho foram severamente agredidos, por várias horas, ambas passando por imenso sofrimento.
O crime também foi praticado com recurso que dificultou a defesa da vítima, uma vez que ela foi rendida por cerca de 10 (dez) homens, a maioria deles armados, ficando impossibilitada de oferecer resistência.
Na mesma data, os criminosos, torturaram o filho de Geison, constrangendo-a, mediante emprego de violência consubstanciada em inúmeras agressões físicas, inclusive empurrando-o contra uma cerca de arame farpado e dando-lhe coronhadas, infligindo-lhe sofrimento físico e moral, com o fim especifico de obter informação acerca da localização de uma suposta arma de fogo que a vítima fatal possuía.
O sobrevivente disse que estava jogando xadrez com amigos, quando recebeu uma mensagem de uma menina e resolveu encontrá-la; que no caminho foi abordado por integrantes do tráfico; que começaram a agredi-lo, obrigando-o a acompanhá-los até a casa de seu pai, alegando que procuravam uma suposta arma pertencente a seu pai; que os traficantes revistaram o imóvel a procura de uma arma; que não possuíam arma de fogo; que no dia seguinte soube que seu primo estava na casa de seu pai e presenciou a invasão por traficantes; que foi levado com seu pai para um matagal, onde foram torturados; que os traficantes, depois de receberem uma ligação, deixaram que a vítima deixasse o local; que o seu pai não foi liberado; que não presenciou o seu pai sendo executado; que não sabe informar se seu pai ainda possuía uma arma de fogo; que durante a revista ao imóvel seu pai chegou a dizer que havia vendido a sua arma de fogo; que foi amarrado com a sua camisa; que eram 06 traficantes armados; que foi agredido com coronhadas, chutes e pontapés; que seu pai tentou fugir e os traficantes efetuaram disparos, sendo novamente capturado; que ficou das 18 até as 24 horas sendo torturado; que ao ser liberado não tinha força nem para andar; que ficou acamado depois das agressões; que esteve na delegacia e passou por exame de corpo de delito; que seu pai sumiu e nunca mais foi encontrado; que ouviu os marginais dizendo que amarrariam seu pai numa pedra e o jogariam no meio do rio