nvestigação feita entre 2020 e 2022 revela a atuação de traficantes do Comando Vermelho nos morros da Caixa D’Água (subordinado ao Morro do Dezoito), Morro do Saçu e Morro Lemos de Brito, localizados nos bairros de Quintino Bocaiúva e Piedade, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ela não deu em nada porque a Justiça absolveu todos os envolvidos.
A apuração revelou a utilização de armas de fogo, inclusive de uso restrito, como fuzis e granadas, além da prática de roubos de veículos na mesma região, com posterior desmanche, além de roubos de cargas.
De acordo com a investigação, apurou-se que a localidade Morro da Caixa D’Água passou a ser dominada pelo CV, a partir dos anos de 2019 e 2020, após uma disputa sangrenta com outros grupos criminosos, assim como ocorreu em relação ao Morro do Dezoito, sendo tais comunidades separadas apenas pela Rua Clarimundo de Melo.
No Morro do Dezoito, mandava Bruno Gomes Teixeira, vulgo” PT “ou”Pivete”, havendo, contudo, informações, não materialmente confirmadas, de que esse indivíduo atualmente está morto.
Além de Bruno, possuíam alta hierarquia no grupo criminoso os denunciados Honório Pereira de Jesus, vulgo HO (preso) e Rafael Cardoso do Valle, vulgo Baby (morto)..
O bando agia com extrema violência, atentando contra a vida de seus rivais, assim como contra a vida e o patrimônio de moradores das comunidades dominadas.
Verificou-se que, em 12 de julho de 2021, após apreender um adolescente no Morro da Caixa D’Água, um PM passou a receber mensagens intimidatórias no aplicativo whatsapp do seu celular.
Foram requisitados os dados cadastrais da linha utilizada para intimidar o citado policial militar e, posteriormente, obtida a ordem judicial de interceptação telefônica e telemática, verificando-se que o citado terminal era utilizado pelo denunciado Luiz Fernando Dutra de Deus, o Nando.
Nando era o chefe do tráfico no Morro da Caixa D’Água, função conhecida como” frente “. Ele desapareceu e surgiram informações de que ele foi morto pelo tribunal do tráfico
Baby e HO lideravam o tráfico de drogas no Morro do Dezoito, ao qual o Morro da Caixa D’água é subordinado, assim como no Morro do Saçu. Ambos foram importantes lideranças na retomada dos territórios que estavam em poder de milicianos e agora tem o controle das localidades.
Ret atuava no tráfico de drogas do Morro da Caixa D’Água, na função de” atividade “e” soldado “e, também, participa dos roubos de veículos para o grupo criminoso.
Ele, HO e Nando tiveram as suas impressões papiloscópicas identificadas pela perícia no veículo roubado de uma Promotora de Justiça e recuperado cerca de 3 (três) horas depois, próximo ao Morro do Dezoito.
Bombinha exercia função importante na hierarquia do tráfico de drogas do Morro da Caixa D’Água e nos roubos de veículos e cargas perpetrados pelo grupo, estando bastante vinculado ao denunciado Nando, que o tinha como” homem de confiança “e com quem dialoga ao telefone, avisando sobre a chegada de fuzis.
Em fotografias extraídas do seu telefone, apreendido no RO 029-10924/2022, pode-se verificar que ele aparecia ostentando a posse de um fuzil e de uma pistola, bem como mostrando um carro roubado e notas de dinheiro e, ainda, posando ao lado de outros denunciados.
Pedrinho exercia a função de gerente do tráfico e roubos de veículos e carga.
Rato era segurança de Nando transportando-o de motocicleta e atuando como” batedor “para os traficantes e para os roubadores homiziados no Morro da Caixa D’Água.
Juninho assessorava Bombinha.
A investigação, no entanto, não deu em nada porque a Justiça absolveu todo mundo.
“Não restou também efetivamente demonstrado nestes autos a teoria do domínio da organização criminosa (domínio do fato) na pessoa dos acusados, quanto ao cometimento do delito de associação para o tráfico de entorpecentes, circunstanciado pelo uso de arma de fogo, não só diante do fato de que estes, repito, em nenhum momento foram presos em flagrante na prática do crime narrado na denúncia, bem como em razão, repise- se, de que, quando em Juízo e sob o crivo do contraditório, os agentes da lei limitaram-se a narrar acerca do que ouviram nas interceptações.