Denúncia contra 36 traficantes, entre eles Anderson Rosa Mendonça, o Coelho, dono das bocas de fumo do Complexo de São Carlos, no Estácio, Região Central do Rio, revela a atuação de uma quadrilha nas capitais mineira e fluminense, bem como em outras localidades das regiões Sul e Sudeste do país.
A investigação inciiada em 2022 apontou que o bando praticava interestadual de drogas, lavagem de capitais, posse irregular de armas de fogo de uso permitido e restrito.
O bando se intitulava Sala Vip” e tinha estreitos vínculos com outra organização criminosai ndependente sediada no Estado do Rio de Janeiro, o Terceiro Comando Puro (TCP), bem como utilizava serviços de branqueamento de capitais advindos sobretudo do tráfico de drogas interestadual promovidos por associações criminosas especializadas na dissimulação e ocultação de valores e bens produtos de crime.
Ao longo das investigações, apurou-se que a organização criminosa conhecida como “Sala Vip” tinha como líder o denunciado Rafael Carlos da Silva Ferreira, vulgo Paraíba, que comandava o tráfico de drogas no aglomerado Cabana do Pai Tomás, em Belo Horizonte, em estreita cooperação no comércio de entorpecentes com o TCP que domina o território do Complexo do São Carlos, na capital fluminense.
O vínculo de Paraíba, com a facção carioca era mantido com Coelho, que mesmo preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, no Estado Fluminense, tinha acesso a telefones celulares.
Consta no inquérito policial que Coelho tinha como um de seus interlocutores extramuros com Paraíba, a denunciada Bruna Neiva Clem Galdino, que recebia informações via aplicativo de mensageria de Anderson orientando como Rafael Carlos deveria agir com pessoas que desafiavam a liderança deste no aglomerado Cabana do Pai Tomás, em Belo Horizonte/MG e no Morro da Mineira, no Rio de Janeiro/RJ, dando a este liberdade para atuação no tráfico de drogas na localidade carioca, bem como prestando apoio financeiro e logístico da facção. Bruna foi presa no Rio em janeiro.
Veja áudios, primeiro de Bruna e depois de Coelho.
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Em apoio às atividades criminosas capitaneadas pelo vulgo Paraíba no aglomerado Cabana do Pai Tomás, em Belo Horizonte/MG tomava parte seu irmão e codenunciado Maurício da Silva Ferreira, vulgo Maumau. Ele era visto como o “número 02” da organização criminosa “Sala Vip”
Mamau passou a ser sinônimo do poder do tráfico de drogas no aglomerado Cabana do Pai Tomás após Paraíba, que era foragido, ter deixado a comunidade visando evitar ser preso pelas forças de segurança e homiziar-se no Morro da Mineira, Rio de Janeiro/RJ,uma das favelas que compõem o Complexo do São Carlos, área dominada pelo Terceiro Comando Puro – TCP, cujo líder é o já mencionado Anderson Rosa Mendonça, vulgo Coelho
Douglas Henrique Mattos de Jesus, vulgo Predestinado, atuava de forma incessante na venda de maconha, cocaína, ecstasy e lança-perfume na capital mineira e, em duas ocasiões, foi preso em ocorrências com natureza de “tráfico de drogas.
Ele criou uma rede de “mulas” para realizar o transporte de entorpecentes entre Belo Horizonte/MG e o Rio de Janeiro/RJ, abastecendo a organização criminosa “Sala Vip” com drogas adquiridas em parceria com a facção Terceiro Comando Puro.
Competia a André Vinícius de Souza Cezário, vulgo Mantega, a negociação e venda de cocaína, crack (referido nas conversas como “gordura” ou “óleo”) e drogas sintéticas (“K4” e “K9”). Detectou-se, ainda, nas referidas conversas, a venda de armas de fogo curtas, tratadas como “oitão”
Ele tinha também por hábito auxiliar os membros da organização criminosa em ações assistenciais promovidas no aglomerado Cabana do Pai Tomás, como aquela que ocorreu no Natal de 2023, quando centenas de aves “Chester foram distribuídos à população local. Ele também custeava as despesas de outros integrantes da organização criminosa com honorários advocatícios e com aluguel de telefones celulares dentro de unidades prisionais.
Manteiga também monitorava a atividade de empresas que disponibilizam serviços de internet no aglomerado Cabana do Pai Tomás e impedia que estas concorressem com a pessoa jurídica Top Net Telecom Vista Alegre Ltda, em cujo quadro societário figurava o pai de Rafael Carlos da Silva Ferreira, vulgo Paraíba.
A quadrilha tinha também Gabriel Pereira de Oliveira, vulgo Chavosinho, realizar o comércio de drogas, a quem eram confiados a atos violentos destinados a aterrorizar a população ordeira, como incêndio de ônibus do transporte público de passageiros que acessavam o aglomerado Cabana do Pai Tomás, em retaliação a ações policiais.
Gabriel passou a ser presença constante no Morro da Mineira, no Rio de Janeiro/RJ, área dominada pelo Terceiro Comando Puro – TCP, onde Rafael Carlos da Silva Ferreira, vulgo Paraíba, foragido da capital mineira, encabeçava o tráfico de drogas, sob autorização de Anderson Rosa Mendonça, vulgo Coelho.
O criminoso foi preso em flagrante no dia 03/09/2024 durante uma operação da Polícia Militar no Complexo da Maré, Rio de Janeiro/RJ, região de domínio do Terceiro Comando Puro. Na ocasião Gabriel encontrava-se na companhia de comparsas e as forças de segurança lograram apreender com os presos 07 (sete) fuzis, 05 (cinco) pistolas, drogas, carregadores, celulares e granadas.
Presa no Rio, Bruna Neiva Clem Galdino era tesoureira da quadrilha. Sob ordens de Paraíba, ela agoa efetuando depósitos bancários relativos a produto da venda de entorpecentes, utilizando a própria conta bancária para movimentar valores da organização criminosa e realizando pagamentos em espécie para fornecedores de drogas ilícitas.
Ela atuava diretamente na comercialização de entorpecentes e outras substâncias proscritas como lança-perfume, não se limitando a exercer a contabilidade do tráfico de drogas.
O maior operador financeiro do bando era Judeudson Cleves Andrade. Suas ovimentações financeiras ao longo dos últimos anos alcançaram mais de R$12.000.000,00 (doze milhões de reais), sem que houvesse qualquer justificativa legal ou fática para tanto.