Os donos do tráfico de favelas dominadas pelo Comando Vermelho também participam do roubo de cargas, não ficam só dando ordens não.
Foi o caso de Rodrigo da Silva Caetano, o Motoboy, dono das bocas de fumo da Nova Holanda, que esteve presente a um roubo ocorrido em fevereiro do ano passado de uma carga de catodos de cobre avaliada em mais de R$ 1 milhão.
O motorista foi abordado na Avenida Brasil na pista central sentido zona oeste, na altura do mercado Vianense, na Maré, por dois elementos que estavam, cada um numa motocicleta.
Um dos bandidos apontou a arma de fogo para o motorista e determinou que o mesmo baixasse o vidro da cabine e perguntou qual era a carga transportada, sendo que o condutor respondeu que não sabia;
Os criminosos disseram para o motorista acompanhá-los, sempre sob ameaça de armas de fogo;
O motorista foi conduzido até o inerior da Nova Holanda e um homem de cor branca, usando barba, que estava portando um arma de fogo do tipo pistola, que estava aguardando a chegada do caminhão e dava orientação para os demais comparsas e o caminhão
Após mostradas diversas fotografias, ele reconheceu Russão e Motoboy que exerciam função de liderança, dando ordens aos diversos comparsas que estavam fazendo o transbordo da carga.
Russão estava portando uma pistola e Motoboy um fuzil.
Um criminoso pegou o telefone celular do motorista que, ao final, foi devolvido.
O fato de o motorista haver acionado, inicialmente o botão de pânico do caminhão, o sistema de segurança da empresa soube a localização do veículo, de modo que a Polícia Militar foi acionada e uma viatura blindada da corporação entrou na favela e resgatou motorista e o caminhão (com a carreta);
A carga foi parcialmente subtraída, sendo que após apuração preliminar na empresa transportadora foi verificado que o valor dos produtos subtraído equivale à quantia aproximada de R$ 280.000.
Além da carga, também foram subtraídos os documentos pessoais, um cartão do Banco Itaú e as chaves da motocicleta do motorista.
Pelo fato do cartão do Banco Itaú, que foi subtraído, ter a função de pagamento por aproximação, os meliantes subtraíram a quantia de R$ 530,00.
O Disque Denúncia (2253-1177) divulgou um cartaz para auxiliar no procedimento instaurado pela Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), a fim de obter informações que levem à localização e prisão de: João Pereira de Araújo Júnior, vulgo “Russo”, de 35 anos; Felipe Pereira dos Santos, vulgo “Jack Cargas”, de 28; Tiago Oliveira de Souza, vulgo “GBO ou Bazuca”, de 37; Rodrigo Ferreira da Silva, vulgo “NA”, de 35 e Maxwell dos Santos Ramos, vulgo “Kojak”, de 38. Eles eram os principais alvos da segunda fase da Operação Torniquete, e são considerados os maiores criminosos envolvidos com roubos de cargas e veículos, receptação qualificada e lavagem de dinheiro e são considerados foragidos da Justiça.
As investigações da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) começaram em 2024, após registros apontarem a atuação de dois grupos criminosos ligados à facção Comando Vermelho (CV), que utilizam comunidades da Maré como base para planejar assaltos e a revenda dos produtos roubados. Investigações revelaram a existência de um “escritório” dentro da Maré, onde criminosos se reúnem para planejar os roubos e comercializar as cargas roubadas.
O esquema também incluía bloqueadores de GPS e armamento pesado para garantir o sucesso das operações criminosas. O grupo realizava os roubos principalmente nas principais vias do estado, com as cargas sendo escoadas para comunidades em Duque de Caxias, no Complexo do Alemão, Manguinhos e a própria Maré.
Dois líderes do grupo criminoso, João Pereira, vulgo “Russo”, com 209 anotações em sua ficha criminal e Felipe Pereira, o “Jack Cargas”, considerado um dos maiores assaltantes de cargas e veículos do estado, e com 210 anotações criminais, estão com dois mandados de prisão, pendentes de cumprimento.
Os outros três alvos da operação, Tiago Oliveira, o “Bazuca”, está na condição de Evadido do Sistema Carcerário, desde outubro de 2022, o mesmo ocorre com Rodrigo Oliveira, o “NA”, também evadido do sistema prisional, desde maio de 2014. Maxwell Ramos, o “Kojak”, possui um mandado de prisão e onze anotações criminais.
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