Milicianos de Paciência aterrorizaram família em Paciência. Uma das vítimas teve a arma apontada para a cabeça e não morreu porque a peça não disparou. Mesmo assim apanhou dos bandidos. Um dos criminosos foi condenado a sete anos e três meses de prisão.
Entre os dias 06 de junho de 2022 e 08 de junho de 2022, os milicianos extorquiram o casal M.P.N e P.J.S.B ao exigirem quantia de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), a qual deveria ser por eles entregue aos extorsionários a título de juros de ajuda financeira e cestas básicas.
Por ocasião dos fatos, inicialmente, diante dos problemas financeiros que a família passava lhe foi indicado, pelo condenado, um indivíduo supostamente seria o dono da milícia de Paciência-RJ e que, supostamente, ajudava moradores da localidade quando precisavam.
Posteriormente, a vítima M recebeu em sua casa, no bairro de Paciência-RJ, de um elemento não identificado, quatro cestas básicas e a quantia de R$50,00, tendo naquela oportunidade, o mesmo elemento, pago um mês de aluguel das vítimas.
Passados quinze dias, a vítima M começou a receber cobranças, em sua casa, do indivíduo chefe da milícia, sendo exigido por ele o valor de R$15.000,00 a título de “juros da ajuda” que a vítima recebeu, estabelecendo o prazo máximo de pagamento para o dia 08/06/22.
Segundo consta, no dia 06/06/22, M estava em sua residência, no bairro de Paciência-RJ, quando o miliciano acompanhando de outro elemento não identificado, chegaram em um veículo VW Gol, de cor verde, e ordenaram que a vítima entrasse no automóvel, sendo ela levada até um campo de futebol, em local desconhecido.
Chegando ao local, havia outros cinco indivíduos empunhando fuzis, e vestindo roupas da Polícia Civil, tendo um deles apontado uma pistola prata para a cabeça de M e puxado o gatilho, não tendo a arma disparado, ocasião em que todos os elementos disseram que M morreria ali mesmo, ordenando que ela corresse.
Ao tentar correr, a vítima recebeu um chute e, ao cair, passou a ser agredida com chutes e socos por todos os indivíduos. Cessada as agressões, M foi posto novamente dentro do veículo, tendo um dos criminosos dito que “aquilo seria apenas um aviso, e que a data final para o pagamento sério o dia 08/06/22, sendo a vítima levada para sua casa.
No dia seguinte, 07/06/22, o chefe da milícia retornou à residência de M e, ao indagar da vítima se já teria conseguido a quantia exigida, esta, por temor, afirmou positivamente, mentindo que a quantia estaria no Banco Santander, ocasião em que o criminoso se apossou do telefone celular e uma pasta com documentos pessoais da vítima, levando-os consigo.
Na manhã do dia seguinte, 08/06/22 o miliciano voltou à casa da vítima, dessa vez acompanhando do ora denunciado, sendo na oportunidade devolvido à vítima seus documentos e aparelho celular, tendo o paramilitar ordenado que M e P e o filho menor do casal, de quatro anos, fossem conduzidos pelo denunciado até a agência do Santander a fim de retirar a quantia exigida de R$15.000,00.
Ao chegarem na agência bancária, o comparsa do miliciano permaneceu mantendo o casal na fila do banco, ocasião em que M inventou que o filho menor estava passando mal, tendo o bandido autorizado sua saída da fila, enquanto a vítima P continuava sobre o poder do criminoso, momento em que M se dirigiu até à 50DP para comunicar os fatos, tendo Policiais seguido até o banco Santander e lá realizado a prisão do suspeito.