Na operação ocorrida hoje no Complexo de São Carlos, agentes da CORE prenderam uma mulher que integra o Terceiro Comando Puro (TCP). A ação foi em apoio ao Ministério Público de Minas Gerais. Um homem também foi preso em flagrante aqui no Rio. .
A mulher presa, identificada como Bruna Neiva Clem Galdino, era peça-chave na estrutura de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio da facção e braço direito de um dos líderes do TCP que atua em Minas Gerais., vulgo Paraíba,
Segundo os agentes, o traficante comandava ações ilícitas a partir do bairro Cabana do Pai Tomás, em Belo Horizonte, e tinha influência direta no Morro da Mineira, no Rio de Janeiro.
A acusada mantinha comunicação com lideranças do TCP no Rio de Janeiro, traficantes situados em regiões de fronteira e integrantes da organização que estão atualmente presos. Ela utilizava seu conhecimento sobre o sistema bancário e habilidade para realizar transações financeiras clandestinas, garantindo que os recursos obtidos com o tráfico de drogas fossem desviados para dificultar a identificação pelas autoridades.
Ao todo, foram cumpridos 14, de um total de 17, mandados de prisão e 79 mandados de busca e apreensão pessoal e domiciliar, inclusive em presídios do Rio de Janeiro e de Minas, além de ordens judiciais de sequestro de bens imóveis e móveis (veículos e valores), e de suspensão de atividades de empresas, algumas localizadas no complexo Cabana do Pai Tomás, em Belo Horizonte. Um dos fornecedores de drogas à facção criminosa foi preso em São Bernardo do Campo.
Três alvos da operação são considerados foragidos. A ação apreendeu 188 tabletes de maconha, um fuzil 556, oito pistolas em MG, duas pistolas no RJ, dois revólveres 38, um veículo em SP, um veículo em MT, celulares e 1.589 munições (54 de 380, 888 de .40, 405 de 9mm, 78 de 38 e 164 calibre 12). Algumas lideranças do TCP foram alvos da operação na cidade do Rio de Janeiro, uma delas moradora do Complexo São Carlos, Zona Sul do município. A maioria dos presos na operação de hoje está ligada à parte financeira da organização criminosa. Na ação de hoje, toda a alta cúpula da facção criminosa em Minas foi presa, inclusive um dos alvos que estava no Rio de Janeiro.
De acordo com as investigações, a lavagem de dinheiro do grupo criminoso ocorria por meio de pessoas físicas sem envolvimento com a criminalidade, mas que emprestam suas contas bancárias para a o trânsito dos valores da organização, e de pessoas jurídicas, criadas exclusivamente para ocultar essas quantias. Essas pessoas jurídicas não possuem funcionários e não declaram tributos, o que levou as instituições de segurança de Minas a identificá-las como sendo fictícias, criadas com a finalidade de lavar capitais oriundos do narcotráfico.
As ordens judiciais de sequestro totalizam cerca de R$ 345 milhões em contas bancárias, aplicações financeiras, títulos de capitalização, cadernetas de poupança, investimentos, ações e cotas de capital dos investigados e suas pessoas jurídicas.