A Justiça absolveu em 27 de outubro oito traficantes do Comando Vermelho que foram presos portando 11 fuzis em janeiro durante uma troca de tiros com PMs no Campinho.
Entre os absolvidos estão os criminosos conhecidos como HO, chefe do tráfico no Morro do Dezoito, em Água Santa, e Netão, que comanda o crime no Morro do Urubu, em Pilares. Mas eles continuaram presos por força de outros mandados de prisão.
A PM foi até o local na época porque tinha informações de que estaria havendo uma disputa entre milicianos e traficantes. No confronto, o traficante conhecido como Tio Baby foi morto.
Na ocasião os criminosos chegaram a invadir a casa de uma moradora para se esconder.
Para a Justiça, eis que não ficou claro se os réus, ou alguns deles, efetivamente atiraram contra os policiais militares, tendo em vista que havia na localidade outros tantos indivíduos inidentificados, logo, não sendo possível apontar com certeza, os autores dos disparos efetuados contra a guarnição policial.
A vítima feita de refém não descreveu de forma clara se havia sido privada de sua liberdade ou não, tampouco se tinha sido ameaçada, motivo pelo qual e, tendo em vista que a dúvida milita em favor dos acusados.
A Justiça alegou ainda que os acusados disseram que sofreram agressões dos policiais na diligência o que restou confirmado pelo laudo do exame de corpo de delito quanto a todos. Segundo os autos, eles tiveram partes de seus corpos quebrados (dedos das mãos),
Além disso, os PMs afirmaram que os acusados não apresentaram resistência quando de suas prisões em flagrante, que permitiram as suas entradas na residência bem como que os fuzis apreendidos se encontravam no chão daquele imóvel.
O confronto
Os PMs faziam operação conjunta com a COE/2ª CPA nas Comunidades da Primavera, Fazendinha e Serrinha, onde predomina o domínio da facção Terceiro Comando Puro, receberam um informe sobre um confronto entre milicianos e integrantes da facção Comando Vermelho na Comunidade do Campinho.
Em seguida, toda a equipe envolvida na operação partiu para a Comunidade do Campinho, oportunidade em que, na subida da Rua Comendador Pinto, próximo à quadra da comunidade, a guarnição se deparou com os denunciados e vários outros elementos portando fuzis, sendo certo que realmente estavam invadindo a Comunidade do Campinho, para tomá-la à força do grupo miliciano que comandava a localidade.
Imediatamente, diante da aproximação dos policiais, os denunciados e seus comparsas efetuaram inúmeros disparos contra a equipe, com objetivo de empreender fuga e não serem presos em flagrante delito, sendo prontamente repelida pelos policiais.
Os denunciados e seus desconhecidos comparsas, enquanto efetuavam disparos de arma de fogo contra os policiais militares, empreenderam fuga em direção ao Parque Olímpico, acessando uma área de mata, no que foram seguidos pelos agentes, ocorrendo novo confronto com intensa troca de tiros, já na parte baixa do parque, onde os PMs se depararam com muitos criminosos.
Diante da continuidade do confronto com os denunciados e seus comparsas, um cerco foi realizado pelos agentes públicos envolvidos na operação, tendo sido constatado o óbito de um dos líderes do tráfico de drogas da Comunidade do Fubá, o nacional Rafael Cardoso Vale, vulgo “Baby.
Adiante, tentando empreender fuga do cerco policial estabelecido, os denunciados portando pelo menos um fuzil, invadiram a residência da moradora ocasião em que arrombaram a porta da cozinha dessa residência, dirigindo-se, então, para o quarto da ofendida, afirmando de forma intimidadora:
“Agora a senhora é nossa refém. Estamos armados e com bombas. Vamos matar todo mundo ”.
Em seguida, policiais militares compareceram ao local, após realizarem a prisão dos demais denunciados, solicitando que HO e Netgão, os quais exigiram que fossem mostrados algum dos presos, o que foi atendido pelos policiais.
Após intensa negociação, que durou cerca de 30 minutos, e em razão deles se encontrarem já sem munições, os agentes públicos em questão ingressaram na residência ordenando que os acusados fossem para a sala, sendo realizada suas prisões em flagrante.
Ao final da operação policial em questão, foram presos todos os denunciados, sendo com eles apreendidos um total de 11 fuzis, devidamente municiados, 6 deles calibre 7,62mm e 5 calibre 5,56mm, sendo 8 fuzis com numeração suprimida.