Três homens serão submetidos a júri popular pela morte de um homem em São Gonçalo em 2020 que foi assassinado e teve o corpo incendiado por supostamente ter abusado sexualmente da mãe de um dos acusados. A decisão saiu em setembro do ano passado mas até agora não houve o julgamento.
O crime ocorreu em novembro daquele ano, na comunidade do Arrastão.
A vítima foi José Mauro Pereira de Oliveira, que teve o cadáver desovado na Estrada Aristide Melo, na altura do número 666, no bairro de Maria Paula, Niterói/RJ.
O assassinato da vítima foi decidido em uma espécie de ‘Tribunal do Tráfico’.
José Mauro foi abordado por diversos elementos armados que o cercaram, renderam e a conduziram até local onde seria executada a tiros.
Paralelamente à preparação e execução do homicídio, os criminosos subtraíram a caminhonete VW Saveiro de propriedade da depois de terem reduzido a José à impossibilidade de resistência.
Os suspeitos mantiveram a vítima em seu poder na comunidade do Arrastão, em São Gonçalo, restringindo sua liberdade, sob a mira de armas de fogo, enquanto um dos denunciados dirigiu-se à residência da vítima e subtraiu sua caminhonete.
A subtração do veículo da vítima foi praticada para facilitar a execução, ocultação e impunidade do crime de homicídio da vítima e a posterior destruição e ocultação de seu cadáver.
O acusado que teve a mãe supostamente abusada por José Mauro instigou e induziu os demais denunciados a praticarem o crime, pedindo providências ao “Tribunal do Tráfico” por, supostamente, ter a vítima praticado crime sexual.
Os disparos de arma de fogo que mataram a vítima foram feitos pelos traficantes Boku e Javali/Gordinho.
O corpo foi encontrado no dia 06 de novembro de 2020, por volta das 06h30min totalmente carbonizado.
Dinâmica
Relatos indicam que um dos acusados descobriu que a vítima teria praticado abuso sexual contra sua genitora, o que o levou a comentar o ocorrido com um outro acusado, que instigou o amigo a levar o fato aos traficantes da comunidade do Arrastão, o que foi feito.
Eles se dirigiram à boca de fumo e relataram o ocorrido aos traficantes.
Os criminosos, então, que faziam parte do “tribunal do tráfico”, determinaram que José Mauro fosse levado aos meliantes, enquanto que um dos acusados foi ao encontro do suspeito que teve a mãe estuprada e disse-lhe que o tráfico determinara que levasse o veículo de propriedade da vítima, um Volkswagen, modelo Saveiro, 1.6, ano de fabricação e modelo 2003/2003, ao ponto de drogas, o que efetivamente foi feito.
No local, ele ratificou o estupro, ocasião em que os traficantes decidiram executar a vítima.
O chefe do tráfico do Arastão e seu braço direito, efetuaram disparos de arma de fogo contra a cabeça da vítima.
Após José Mauro ser executado, um outro bandido, que já adquirira a gasolina, conforme determinado pelos traficantes, seguiu o veículo com o corpo da vítima no seu interior, na sua motocicleta, dirigindo-se ao local da desova.
No bairro de Maria Paula, Niterói, os suspeitos jogaram o combustível sobre o carro e o corpo da vítima, e atearam fogo.
O homem que teve supostamente a mãe estuprada, mais o comparsa que o ajudou a procurar o ‘tribunal do tráfico’ e um dos executores que serão submetidos ao júri popular.