Logo que assumiu o controle da Cidade Alta, em Cordovil, em 2017, após briga com o Comando Vermelho, o traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, estabeleceu um conluio com PMs corruptos.
Na época, ele nomeou o comparsa vulgo 32 como intermediador do pagamento de propina a policiais do 16º Batalhão da PMERJ para deixarem de reprimir o tráfico e, inclusive, facilitar a liberação de traficantes presos em flagrante delito.
Um PM seria o responsável pelo recebimento semanal de “propinas” pagas pela facção criminosa Terceiro Comando, para serem distribuídas aos policiais do 16º BPM, com o fito de permitir também a circulação e ou realização dos serviços ilegais prestados pela facção criminosa, como transporte alternativo, venda de gás e do “gatonet”, entre outros”.
Neste fim de semana foi divulgado um conteúdo de uma investigação que mostra que Peixão, em 2020, chegou a pagar em uma semana cerca de R$ 175 mil de propinas a policiais militares, sendo que um deles, vulgo Bigode Grosso, teria recebido mais de R$ 40 mil.
Mas Peixão foi mais além. Três anos antes, o traficante chegou a pagar R$ 300 mil em uma semana de arrego para policiais, segundo uma outra investigação.
Uma outra escuta mostrou comparsas do traficante em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, falando sobre propinas pagas a integrantes do GAT (Grupo de Ações Táticas) e a Supervisão de Oficiais, que receberia R$ 2.000.
Outras denúncias revelaram que Peixão chegava a pagar pagando propinas que variavam entre R$ 1.5 mil a R$ 25 mil a PMs, que seriam dadas aos fins de semana ou semanalmente.
Em 2016, uma denúncia apontou que o traficantes ligados a Peixão realizavam um pagamento semanal aos PMs, às sextas-feiras, sábados e domingos e para um policial civil, às terças-feiras, para não importunar o tráfico nas comunidades Aymoré e Buraco do Boi, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
A entrega da propina era feita no interior das comunidades, em postos de gasolina ou dentro dos próprios DPOs para posterior repartição entre os policiais envolvidos. Os valores chegavam a R$ 70 mil.
Os DPO´s recebiam R$ 9 mil por semana, em parcelas de R$ 3 mil cada sexta, sábado e domingo. Cada equipe do GAT recebia R$ 5 mil por semana e a P2 recebia R$ 3 mil por semana. Já o policial civil recebia R$ 3 mil por semana, segundo as investigações.