Investigações sigilosas revelam a hierarquia do tráfico no bairro Mataruna, em Casimiro de Abreu, interior fluminense, dominado pelo Comando Vermelho.
Com as prisões dos principais líderes, uma mulher foi alçada a gerente geral do grupo criminoso. Os bandidos passaram a controlar as atividades criminosas de dentro do cárcere através da mulher, que era companheira de um deles, , assumindo para si a responsabilidade de coordenar todo o esquema criminoso de venda de drogas.
O bandido conhecido como Esquilo. Mesmo preso, coordenava a venda e a distribuição das substâncias entorpecentes, a contabilidade da associação, decidindo, até mesmo, sobre o “julgamento” de pessoas que não respeitassem as regras que impôs na comunidade.
No decorrer das investigações restou apurado que um dos indivíduos “julgados” por ele, foi o adolescente infrator Luís Allan, integrante desta associação criminosa, que foi executado, a mando do líder, por ter praticado um homicídio contra um desafeto sem a devida autorização da liderança. Dessa forma, Clayton controlava, através da “lei do medo” ou “lei do silêncio”, o desenvolvimento de sua atividade criminosa, dentre outras atuações no comando da associação criminosa em comento.
Cunhado de Esquilo, Raul desenvolvia, dentre outras funções, a logística necessária à separação, guarda e envio das drogas, entre outras atividades tipicamente de gerente.
Raul coordenava a distribuição, guarda e venda do material entorpecente para a organização criminosa, além da distribuição dos pagamentos, determinando, inclusive, que fosse feito o transporte em pequenas quantidades, para não levantar suspeitas em eventuais abordagens policiais:
Raul também possuía a função de braço armado da associação, sendo responsável pela execução direta de indivíduos, conforme ordens de seu chefe e cunhado.
Após a prisão dos dois, a mulher que era companheira de Esquilo que já exercia função de relevo na associação criminosa, recebendo instruções de seu marido preso e repassando aos associados. Além disso, ostentava a condição de “primeira-dama” do tráfico, conduzindo veículos de alto valor econômico.
Ela chegou a ter seu veículo alvejado por disparos de arma de fogo na BR-101, altura de Silva Jardim, , enquanto se dirigia à unidade prisional para visitar e receber determinações de seu companheiro.
Outra mulher, chamada Ruth, ganhou papel de maior relevância após a prisão de integrantes do grupo criminosos. O papel dela era de guardar drogas para o grupo criminoso, bem como foram capturadas conversas sobre tratativas a venda de drogas e sobre a movimentação de policiais na localidade.
Através de interceptações, foi possível verificar que os líderes da facção criminosa determinaram a distribuição de chocolates para moradores da localidade, objetivando a lealdade dos moradores. Assim como foi possível capturar diversos diálogos entre as mulheres sobre nome de traficantes locais, movimentação da polícia, participação de traficantes em homicídios e sobre a ascensão da mulher de Esquilo na posição de liderança.
As mulheres chegavam a vender entre 8 e 10 mil reais de drogas por semana.
Ruth reuniu sua família para participar do tráfico entre eles sua irmã, seu filho, sua sobrinha, enteado e um primo.
Piu Piu, Batata, Teteo, Fred e Birico” eram os executores das sentenças de morte determinadas pelo chefão.
Batata ainda exercia também a atividade de gerente, para prestar contas acerca do andamento dos negócios, entre outros assuntos necessários ao funcionamento do negócio espúrio.
Uma arma apreendida com um integrante da quadrilha teria sido utilizada em pelo menos dois homicídios cometidos por Esquilo.