Apesar de terem saído notícias de que o traficante Motoboy teria se afastado do comando da comunidade Nova Holanda, no Complexo da Maré, um relatório da Polícia Civil de janeiro deste ano apontou como ele dominava a favela e seus principais assessores.
Também conhecido como Paizão ou MTB, o bandido era o responsável por comandar outras maneiras criminosas de arrecadar fundos para o fortalecimento de sua organização e fazia isso com facilidade por exercer a dominância territorial através da força, do terror e do medo.
O criminoso organizava a extorsão de moradores, fábricas e comércio que ali se encontram, além de viabilizar o armazenamento e até mesmo o comércio de material fruto de roubo e furto conforme se verifica na reportagem a seguir, onde se verifica a receptação pelo valor de R$ 30,00(trinta reais) de patinetes furtados de uma empresa privada porusuários de drogas com a ulterior venda desses patinetes na internet pelo valor de R$ 300,00
O comando exercido por Motoboy era com tanta tranquilidade na comunidadeda Nova Holanda, que o traficante em seu aniversário patrocinou um baile funk com queima defogos e ostentação de joias sem que se preocupasse com a possível presença da polícia que como ésabido, tem suas operações limitadas desde a pandemia do COVID-19, que inquestionavelmente favoreceu o crescimento e empoderamento bélico das facções criminosa.
Denúncias apontaram queo traficante não só ostenta no dia de seu aniversário realizando queimas de fogos e bailes funk, mas também anda com anéis e cordões em alusão ao seu vulgo “MTB” e o nome da comunidade na qual exerce a liderança NH – Nova Holanda”:
Outro meio de faturar e preservar a segurança dos traficantes é com a venda de combustível dentro da comunidade. Dessa forma, os veículos com restrição de circulação, seja por roubo, furto ou mera busca e apreensão judicial por inadimplemento podem circular dentro da comunidade sem necessitar sair nem sequer paraabastecer e isso facilita a circulação e manutenção da segurança da comunidade pelos integrantes da quadrilha.
O filho de Motoboy conhecido pela alcunha de Chefinho possui passe livre nas bocas de fumo da Nova Holanda, sendo isso verificado através das anotações constantes nos cadernos apreendidos no protocolo de n°.016546-1902/2023 . Tinha também interferência nas finanças do tráfico, podendo ser verificadas algumas vezes as inscrições “MTB” E“MTB FILHO” nas contabilidades de entrada e saída de valores e drogas nas anotações do tráfico ilícito de entorpecentes.
LC ou Rabugento se trata de homem de confiança de Motoboy e por vezes até aparece em posição hierárquica de mesmo patamar dele isso pode ser verificado através de postagens em redes sociais e em músicas de funk que tocam em dias de baile naquela comunidade,
Ainda no alto escalão mas sem ocupar a mesma linha na hierarquia da facção criminosa queo LC, destacam-se a atuação de dois outros traficantes, “Mumu da Nova Holanda” e “Renatinho”,
“Mumu da Nova Holanda” foi citado em uma postagem extraída da rede social X onde consta um possível pagamento de resgate de “Mumu” que havia sido capturado e o pagamento da suposta propina foi paga pelo seu chefe “Motoboy”, tamanha sua relevância para a organização criminosa.
A Nova Holanda é historicamente conhecida por acolher “roubadores” do Comando Vermelho”, notadamente aqueles envolvidos com
roubo de cargas e veículos, preferência criminosa, inclusive, de seus líderes.
Ocorre que a cúpula da facção mais recentemente, orientou seus líderes a proibirem roubos a fim de que, resguardados pela ADPF 635, as forças de segurança tenham dificuldades em justificar operações policiais em comunidades, o que seria possível em casos de “recuperação de carga”
Por esta razão, “Motoboy”, conhecido por acolher roubadores da facção, posição que o permite exigir parte das cargas ou dos lucros delas decorrentes, abandonou a política inicial, passando a se aliar a traficantes internacionais e lideranças do tráfico de outros Estados, que se aproveitam da proximidade da comunidade com a Baía de Guanabara e com a região portuária, para enviar drogas para outros países, notadamente países da Europa, recebendo por esta guarda parte da venda internacional.
A comunidade serve de porto seguro para guarda de grandes quantidades de drogas que chegam ao Rio de Janeiro – RJ, de onde segue em porções menores para várias comunidades do Estado