Em decisão tomada ontem, a Justiça manteve longe do Estado do Rio de Janeiro o preso Ronaldo Pinto Lima e Silva, o Ronaldinho do Tabajaras ou R9, apontado como o chefe do tráfico de drogas nas comunidades da Ladeira dos Tabajaras como também do Morro Dona Marta, ambas na Zona Sul do Rio, dominadas pela facção criminosa Comando Vermelho.
Segundo a Polícia Civil do Rio, Ronaldinho permanece em seu papel de destaque no CV, recebendo auxílio financeiro do grupo, sendo, inclusive, alvo de interesse de criminoso vinculado a outra facção, que teria como objetivo aproximação para possível articulação.
Ele ainda determina e administra ações ilícitas em sua área de atuação.
Ronaldinho é suspeito de autorizar o homicídio de Sandro Paulo Rangel, ocorrido em março de 2022, na localidade conhecida como Beco da Dezenove, situada na comunidade Ladeira dos Tabajaras, Copacabana.
Segundo o relatório final de inquérito policial Sandro Paulo foi sentenciado à morte pelas lideranças criminosas locais por supostamente ter roubado uma moradora da comunidade, merecendo destacar que a liderança da comunidade é Ronaldo Pinto Lima Silva, vulgo “R9”, ou “Ronaldinho Tabajaras”, tendo ele o poder de mando e desmando de todas as atividades praticadas na comunidade, administrando o tráfico de drogas e armas, bem como todas as atividades criminosas perpetradas por seu grupo.
De acordo com a hierarquia adotada pela organização criminosa CV, todas as ações perpetradas por integrantes da sigla subordinam-se ao mando das principais lideranças das localidades, sendo certo que para o cometimento do referido homicídio ocorrido na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, seus executores tiveram autorização do seu principal líder, “R9”, que domina a atividade final por ter o controle de sua execução.
Ronaldinho tem o poder de decisão sobre todos os atos ilícitos que ocorrem, bem como movimento de tropa, posicionamento de bocas de fumo, administração da venda de drogas, compra e venda de ilícitos como drogas e armas bem como tomar ciência e dar autorizações para o cometimento de diversos delitos por parte de seus subordinados dentro da hierarquia do tráfico. Para gerir toda essa engrenagem criminosa,
“Ronaldinho” conta, principalmente, com dois comparsas, homens de confiança, sendo eles Francisco Rafael Dias da Silva, vulgo “Mexicano” e Luiz Roberto Pereira do Rosário, vulgo “Coala”, ambos chefes do tráfico local e executores das ordens emanadas de Ronaldo.
R9 é uma antiga liderança do CV, que teria ordenado a execução de seu irmão de dentro da cadeia, possuindo outras anotações criminais por crimes de ameaça, corrupção ativa, homicídio, tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas.
“…Ronaldinho Tabajara não teria aceitado a ascensão de Raimundo ao posto de liderança criminosa do Dona Marta, motivo pelo qual teria ordenado a execução de seu irmão de dentro da cadeia”, diz o relatório.
Fato é que o mesmo é assistido por 05 (cinco) advogados a seu serviço, cadastrados como ativos, para atendimento e acesso ao cárcere, além de 22 advogados cadastrados como inativos, o que evidencia uma exigência financeira considerável, incompatível com a situação atual de Ronaldo Pinto Lima Silva, o que indica a possibilidade de ele estar sendo financiado com recursos provenientes de possíveis atividades ilícitas, e da “caixinha do CV”, um mecanismo de auxílio aos reclusos que integram a facção.
As redes sociais são outro indicativo da dominância de Ronaldo Pinto Lima Silva nas comunidades citadas. São publicações que o exaltam como líder da quadrilha de traficantes que atua na Ladeira dos Tabajaras, principalmente.
Diversos procedimentos policiais foram instaurados todos os anos para apurar a prática de diversos crimes perpetrados por Ronaldo Pinto Lima Silva, evidenciando sua periculosidade, bem como sua continuidade no cometimento de delitos, mesmo estando acautelado em presídio federal.
Além de possuir em perfil extremamente violento, tendo praticado homicídios, roubos, porte ilegal de arma, tráfico de drogas e tantos outros crimes, delitos praticados até mesmo dentro da unidade prisional, o perfil carcerário deste apenado é péssimo, com registros de faltas disciplinares, o que só evidencia a total ausência de autodisciplina e senso de responsabilidade.