Nos últimos 30 dias, a Polícia Militar decidiu levar a conselho de disciplina (que pode expulsar dos seus quadros) ao menos quatro PMs suspeitos de envolvimento com milícias.
Dois deles são apontados como ligados a um grupo paramilitar que agia na comunidade do Beira-Rio, no Recreio dos Bandeirantes entre os anos de 2019 e 2022.
A milícia praticava os crimes de extorsão, descaminho e a exploração de jogos de azar, com o objetivo de obter, diretamente, vantagens pecuniárias, viabilizando a consecução da dominação territorial e econômica da comunidade Beira Rio por meio da imposição do poder e violência.
Eles teriam ligações com os criminosos de vulgos Vinicius Beira Rio (Panelada ou Barbudo), Boca e Cacá (Cacá Negão ou Neguinho).
Um dos PMs, por exemplo, seria segurança de Vinicius atuando como seu braço direito e homem de confiança, recebendo um “salário” para o desempenho de tal função e sendo considerado por alguns como o “zero dois” na hierarquia daquela milícia.
Há relatos acerca de agressões cometidas contra desafetos,inclusive, contra uma mulher, e também uma outra ação violenta a mando de Vinícius, contra o filho de um desafeto.
Esse mesmo policial também comercializa cigarros de origem contrabandeada das marcas “GIFT” e “WS” no interior da comunidade Beira Rio, contando com a ajuda de um terceiro não identificado que realizaria as vendas, e teria planos para expandir tal negócio ilegal.
Ele também possuiria envolvimento com a contravenção penal no interior da comunidade Beira Rio, auferindo lucros na monta de R$ 30.000,00, segundo afirma o próprio, além de possuir tentáculos em outras organizações criminosas do tipo milícia, notoriamente aquela alcunhada “Liga de Justiça”.
O policial mantinha com o miliciano uma relação de amizade e cumplicidade, cumprindo fielmente as ordens emanadas pelo criminoso, permanecendo a disposição e jurando dar a própria vida por ele, além de ser o indivíduo responsável por realizar “recolhes financeiros.
O outro policial também atuaria como segurança particular de Vinicius.
A outra investigação aponta dois PMs que poderão ser expulsos como envolvidos com uma milícia atuante na região de Suruí e da Praia de Mauá, ambas localizadas no município de Magé/RJ, autodenominada como ‘Família Suruí’ que impõe poder paralelo armado na região,com a finalidade de praticar crimes, tais como: tortura, homicídios, furto de combustível de dutos da “Petrobrás”, cobranças de “taxas de segurança”, venda ilegal de cestas básicas e imposição de domínio na
venda de gás de cozinha e de serviço clandestino de TV a cabo, clonagem de veículos, venda de cigarros, contrabandeados e rufianismo.