O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro denunciou a deputada estadual Lucia Helena Pinto de Barros, a Lucinha, e sua ex-assessora parlamentar, Ariane Afonso Lima, por ligação com a milícia intitulada como “Bonde do Zinho”, “Tropa do Z” ou “Família Braga”, comandada por Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, que está preso.
De acordo com as investigações, Lucinha e a assessora faziam parte do núcleo político da quadrilha.
A denúncia descreve que, em julho de 2021, as duas transmitiram aos criminosos informações privilegiadas relacionadas à agenda de visitas do prefeito do Rio, Eduardo Paes, à Zona Oeste, possibilitando que os milicianos retirassem seus comparsas das ruas dos redutos controlados pela quadrilha .
Houve também tentativa de interferência junto a Paes e outras autoridades da Prefeitura para que fosse mantida a chamada “Brecha da P5” no transporte público alternativo municipal, maior fonte de renda da milícia. Desta forma, o bando poderia explorar o serviço fora do itinerário determinado, aumentando a arrecadação das vans.
Lucinha e assessora receberam da milícia informações privilegiadas sobre a prática de crimes cujas investigações se encontravam em em andamento.
Com isso, podiam interferir na apuração destas e orientar a linha investigativa a ser seguida pelos policiais
A denúncia aponta que, em novembro de 2021, a deputada ajudou integrantes do “Bonde do Zinho” presos em flagrante, para livrá-los da prisão.
Na época, a parlamentar tentou interferir junto ao Comando da PMERJ e ao alto escalão da Assembleia Legislativa (Alerj) para retirar dos cargos os comandantes da 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar e do 27º Batalhão de Polícia Militar, em razão da repressão deles à milícia .