No relatório sobre a investigação sobre o caso Marielle Franco, a Justiça cita um trecho do estudo “Expansão das Milícia” feito pelo GENI/UFF que cita existência de denúncias de que policiais estariam realizando operações a fim de abrir caminho para a ocupação de territórios pelas milícias e pelo Terceiro Comando Puro (TCP).
Relatam as denúncias que, em alguns territórios, o TCP teria se aliado a milícias para conquistar territórios para a venda de
drogas com a ajuda da polícia.
Segundo alguns relatos encontrados, num território em disputa entre o Comando Vermelho e o Terceiro Comando Puro, agentes policiais estariam abordando os moradores que transitavam na localidade para os interrogar sobre qual facção eles apoiavam e entregando aos criminosos do TCP, para serem executados, aqueles que declarassem apoio ao CV.
Houve um relato de relato de parceria entre milícia e Polícia Militar para a ocupação de um condomínio do Programa Minha Casa, Minha
Vida que ilustraria perfeitamente esse tipo de favorecimento político-coercitivo e sua indissociabilidade com os processos de formação das bases econômicas para a reprodução das milícias
Em uma unidade na zona oeste da cidade, a milícia passou a dominar o conjunto do MCMV por conta de um cabo da PM que se tornou síndico
e tornou a milícia local um ente permanente da administração condominial.
Segundo relatos, o policial expulsou diversos moradores, se apropriou dos apartamentos e os vendeu com “contratos de gaveta” providenciados pelos milicianos.
Em uma outra unidade, após um um confronto com os membros do Comando Vermelho, os traficantes retomaram o território.
No mês seguinte, algumas denúncias alertavam que os milicianos estavam recebendo suporte do BPM local, no intuito de
expulsar o Comando Vermelho da região.
Segundo relatos, os policiais chegaram inclusive a transportar os milicianos para pontos estratégicos dentro dos veículos blindados do batalhão.
Após nova expulsão dos traficantes, moradores denunciaram que os milicianos passaram a contar com o apoio direto dos policiais militares para realizar suas cobranças e que estes também mantiveram uma viatura da PM na portaria do condomínio em tempo Integral