Ronnie Lessa disse em sua delação premiada que era chamado por ‘amigos’ quando precisava, por exemplo, pagar um arrego para um delegado.
“Eu tinha bagagem na polícia, tanto na PM como na Polícia Civil. Tudo que precisava em nível de delegacia ou batalhão, o Lessa resolvia. Meu acesso era ótimo até ser preso”.
Lessa disse que as milícias tinham respeito por ele, já tinha ajudado muitos em inquéritos na polícia.
Por isso, ele foi chamado para fazer uma espécie de ‘sociedade’ com os irmãos Brazão nos loteamentos do Tanque, em Jacarepaguá, sendo um deles como pagamento pelo assassinato de Marielle.
Lessa seria o dono da milícia em um destes locais e a administração do local iria trazer votos para os Brazão.
“Seria muito interessante me ter como sócio. Não fui contratado para matar e sim para ser sócio e ocupar uma área “
Lessa lembrou que, antes mesmo do nome da Marielle ser mencionado, já havia sido alertado por Macalé de uma proposta para ficar rico.
O primeiro nome citado foi do então deputado federal Marcelo Freixo, mas Lessa o demoveu do plano pelo fato de o político ser rodeado por mais de 20 seguranças.
Chegou também uma proposta, que partiu do contraventor Bernado Bello, para matar o irmão do presidente da Riotur na época.
O nome de Marielle só surgiu, segundo ele, em setembro de 2017.
Lessa afirmou que tinha uma boa condição financeira pois ganhava dinheiro com gatonet, máquinas de filperama e de música e barraquinhas de lanche que lhes rendia R$ 30 mil por mês. Era também empresário e tinha uma academia em Rio das Pedras com mais de mil alunos.