Ronnie Lessa falou em sua delação premiada que quando recebeu a proposta para matar a vereadora Marielle Franco, um dos mandantes do crime, Domingos Brazão lhe disse para ficar tranquilo que “a Delegacia de Homicídios estava na mão”.
“Ele disse que a Polícia Civil estava toda na mão. O Rivaldo (delegado Rivaldo Barbosa, também preso pelo crime) é nosso”.
Segundo Lessa, Domingos lhe falou que o delegado Rivaldo Barbosa ia dar carta branca para o crime, sem ele, ninguém faria nada.
De acordo com Lessa, ele estariam bem amparados porque Rivaldo Barbosa era o criador da então idealizada super DH.
Ronnie Lessa disse que três meses após o crime a situação havia saído do controle com a que ele chama de ‘divulgação estratosférica’ do caso mas os Brazão disseram que o delegado Rivaldo tinha que dar um jeiro porque ele já havia recebido um dinheiro dos mandantes no ano anterior ao crime.
“Eles disseram que o Rivaldo estava virando o canhão para outro lado”
Lessa disse que especulou que essa mudança no redirecionamento a investigação seria para acusar o vereador Marcelo Siciliano, o policial militar Rodrigo Ferreira, o Ferreirinha e Orlando Curicica.
Falou que o delegado Genilton Lages teria ido se encontrar com Curicica no presídio e falou para ele assumir o crime que iria lhe ajudar em outros inquéritos que respondia por homicídios.
O executor do crime falou que houve posteriormente uma nova reunião entre Macalé e Brazão em que os mandantes estavam revoltados porque o delegado Rivaldo Barbosa estava pulando fora, alegando que não tinha mais como segurar o caso.
Ronnie Lessa contou que, quando estava preso em Mossoró, um advogado dos irmãos Brazão lhe propôs assinar uma procuração dizendo que não conhecia os clientes dele e que eles não teriam nada ver com o caso Marielle em que classificou como um ‘ato de desespero’. Ele não aceitou.