Júlia Andrade Cathermol Pimenta, suspeita de matar o namorado, o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond com um brigadeiro recheado com morfina, se entregou à Policia Civil na noite desta terça-feira (4). Havia um mandado de prisão contra ela por homicídio.
O corpo da vítima foi encontrado no dia 20 de maio, em seu apartamento no Engenho Novo. Luiz Marcelo não era visto, contudo, desde o dia 17.
O cadáver já estava em estágio avançado de decomposição, mas um sinal que indicava um possível golpe na cabeça fez os agentes investigarem como morte suspeita.
Júlia esteve no apartamento enquanto ele já estava morto. Com a ajuda de sua comparsa, que trabalharia como cigana e foi presa, ela se desfez dos bens do namorado, inclusive de seu carro.
Segundo a ciganar, a autora permaneceu no apartamento – informação confirmada pelas imagens de câmeras de segurança analisadas – e mandava mensagens se queixando do cheiro que o corpo em decomposição exalava. Em determinado momento, chegou a dizer que havia um urubu na janela. A namorada também teria enviado mensagens pelo celular do morto, se passando por ele.
Em depoimento, a presa confessou ter ajudado a dar fim aos pertences da vítima e revelou que boa parte de seus ganhos vinham dos pagamentos da dívida citada.
O veículo do empresário foi levado para Cabo Frio, na Região dos Lagos, após supostamente ter sido vendido por uma quantia de R$ 75 mil. Abordado pelos policiais, o homem que estava na posse do carro chegou a apresentar um documento escrito à mão, que ele disse ter sido assinado pela vítima, transferindo o bem. Com o mesmo homem, foram encontrados o telefone celular e o computador de Luiz Marcelo. Ele foi preso em flagrante por receptação.
Os agentes, então, chegaram à cigana, que disse que a autora tinha uma dívida com ela de cerca de R$ 600 mil. A namorada seria garota de programa e manteria um relacionamento com outro homem, além da vítima. Na data do crime, ela teria oferecido a Luiz Marcelo um brigadeirão envenenado.
No decorrer do inquérito, em que várias testemunhas foram ouvidas, a namorada chegou a prestar depoimento na delegacia, onde demonstrou muita frieza e afirmou que não tinha conhecimento até então da morte de Luiz Marcelo. Segundo ela, a vítima teria aberto uma conta conjunta nos nomes dos dois. Imagens mostraram a mulher indo ao condomínio para buscar o cartão desta conta, entregue por correspondência, enquanto o homem já estava morto.