A Justiça do Rio condenou o ex-policial militar Rodrigo Ferreira, conhecido como Ferreirinha, e advogada Camila Nogueira por obstrução das investigações dos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Eles foram penalizados a quatro anos e seis meses de prisão, em regime fechado. O MPRJ recorreu da sentença para aumentar a pena.
Ferreirinha acusou o ex-PM e miliciano Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando Curicica, de ter planejado a morte da política com a ajuda do vereador Marcello Siciliano. A advogada foi a encarregada por orientar a farsa que atrasou por meses a sequência das investigações.
Ferreirinha criou a trama porque tinha medo de ser morto por Curicica que, à época dos fatos, era líder de uma milícia conhecida como “Bonde do Jow”. Ferreirinha gerenciava a exploração de “gatonet” na região do Campo do Merck”, no bairro de Curicica, em Jacarepaguá. Ele foi expulso do grupo após desentendimento com Curicica.
Quando foi preso em outubro de 2017, por outro crime, Curicica atribuiu a sua prisão à suposta traição de Ferreirinha, e passou a ameaçá-lo de morte. A trama foi inventada com o objetivo de fazer com que Curicica fosse transferido para o sistema penitenciário federal fora do RJ, a fim de dificultar o envio de ordem para executá-lo..
Ferreirinha também tinha interesse de manter o poder e influência sobre os membros da quadrilha,
As falsas informações apresentadas pelos réus à Delegacia de Homicídios da Capital e à Polícia Federal do Rio de Janeiro, criaram entraves à investigação pela busca dos verdadeiros culpados.
Ao ser interrogado, em fevereiro de 2019, Ferreirinha revelou ter mentido sobre o suposto diálogo entre Orlando Curicica e Marcello Siciliano, que envolveria ambos no caso Marielle.