Depois de 13 anos de aberto o processo, a Justiça condenou ano passado sete traficantes do Comando Vermelho que agiam nas comunidades do Rola e Antares, em Santa Cruz, já tomadas pela milícia há anos.
Entre os sentenciados está o conhecido traficante vulgo Macarrão, que pegou uma pena de 12 anos de reclusão. O bandido já está preso desde 2012.
Outro condenado que chama a atenção é um homem que atuava como enfermeiro do tráfico, tratando de criminosos feridos em confronto. Pegou três anos de cadeia.
Os bandidos na época tinham ligação com favelas situadas no Complexo de Manguinhos e no Complexo do Alemão.
Macarrão era o gerente geral das bocas de fumo da favela de Antares, favela do Rolas e da favela do Juramento.
Controlava todo o movimento do tráfico nas comunidades sob seu domínio, cabendo-lhe negociar a compra de drogas e a aquisição de armas de fogo para seu bando, recrutar pessoal, distribuir as drogas entre os gerentes de cargas e receber destes os valores percebidos pela atividade
de traficância como lucro da quadrilha.
Em conversas telefônicas interceptadas, observou-se que negociou a compra de grande quantidade de armas de fogo e ordenou a invasão da comunidade da Serrinha, em Madureira, em outubro de 2010, dominada pela quadrilha rival ‘Terceiro Comando Puro’, em represália ao
ataque feito pela referida quadrilha rival à favela do Rolas, em Santa Cruz.
Em conversas telefônicas interceptadas, observou-se que determinou o pagamento de certa quantia em dinheiro a um advogado nominado ‘Dr. Frota’, assim como o pagamento de ‘arrego’ a policiais militares para não Intervirem na guerra travada com o ‘Terceiro Comando Puro’ pelo domínio da favela do Rolas, tendo ainda determinado a remessa de grande quantidade de munição aos ‘soldados’ para que pudessem manter as posições conquistadas na disputa por pontos de venda de drogas na favela;
O grupo chegou a reunir um ‘bonde’ de três veículos ocupados por ‘soldados’ e tentou uma fracassada invasão da favela das Pedrinhas, em Santa Cruz, para tentar expulsar a milícia que lá atua e expandir a base territorial de ação do ‘Comando Vermelho’;
Quem estava envolvido no bando também era o conhecido traficante Marcelo Piloto, expulso do Paraguai por matar uma mulher em um presídio.]
Ele na condição de um dos líderes do tráfico no Mandela abrigou gerentes de Antares em sua base territorial, além de ter ficado constatado que parte da droga endolada na favela do Mandela era encaminhada aos gerentes de Santa Cruz para posterior venda em Antares e Rolas.
Também estava envolvido o já falecido traficante Titio Rolinha, que gerenciava as comunidades junto com Macarrão mas passava parte do tempo no interior do Complexo do Alemão, de onde negociava a compra de armas para enviar à favela do Rolas, bem como providenciava o transporte de parte da droga lá endolada para ser vendida em Santa Cruz.
Outra figura conhecida é Léo do Rodo que mantinha 20 pistolas e 07 fuzis em pontos de venda de drogas no Rolas.
Como gerente, negociou o pagamento de propina a policiais para liberarem traficantes de seu grupo que haviam sido presos em flagrante, bem como determinou a aplicação de ‘castigo” a um traficante de vulgo ‘Galo’, de seu grupo, por ter causado um prejuízo de R$ 500,00 à boca de fumo.
Ao todo, 17 foram denunciados, mas alguns já estão mortos e teve um que fora detido certa vez por policiais pela posse de drogas, mas foi pago um ‘arrego’ para que não fosse conduzido à delegacia de polícia.
Tinha ainda outro que era enfermeiro do tráfico valendo-se do fato de possuir conhecimentos médicos para tratar de traficantes feridos em confrontos. Constatou-se que foi quem tratou de um traficante conhecido como ‘DG’ quando este foi ferido num confronto com traficantes do ‘Terceiro Comando Puro’ na guerra pelo controle do tráfico de drogas na comunidade do Rolas, em outubro de 2010;