MARIO HUGO MONKEN
Traficantes do Comando Vermelho que atuam em favelas do Rio de Janeiro eram os responsáveis pelo armazenamento de cocaína que seria exportada para a Europa por uma organização especializada em tráfico internacional de drogas.
Entre os criminosos cariocas envolvidos no esquema estavam Edgar Alves de Andrade, o Doca, chefão do Complexo da Penha, e Rodrigo da Silva Caetano, o Motoboy, que comandava a Nova Holanda.
Um dos traficantes flagrados em escuta citou Doca.
“Vai no embarque para eles tem o Doca que comanda lá o espetáculo. Eu peguei e liguei para ele na hora ontem, pro Doca”
Os bandidos do Rio eram remunerados com a perspectiva da venda de tabletes de cocaína na Europa, onde o preço pago pela mercadoria quase sextuplicava em relação ao valor pago no porto de embarque.
A quadrilha responsável pela exportação da droga é a mesma que era proprietária dos 280 kg de cocaína que foram retidos por policiais civis alvos de operação da Polícia Federal na última sexta-feira.
Essa remessa (que na verdade era de 500 kg da droga) deveria desembarcada no Porto de Gioia Tauro, na Itália e sairia da Nova Holanda (Maré) para o porto do Rio de Janeiro dentro de um contêiner.
No entanto, antes de chegar ao complexo portuário carioca, quando trafegava pela Avenida Brasil com a carga ilícita, o condutor foi abordado e preso em flagrante por policiais civis da 25ª DP.
Uma remessa de 770 kg de cocaína apreendida no porto do Rio foram colocadas no meio de carga de minério por meio de funcionários de um terminal do porto Esse esquema quem controlava era o traficante Motoboy da Nova Holanda
O bando conseguiu enviar mais de 6,68 toneladas de cocaína para o exterior em 14 operações distintas em um período de um ano e dois meses. Tinha ligações também o PCC (Primeiro Comando da Capital).
Um traficante de vulgos Carioca ou PIT , era o integrante da organização criminosa responsável por prospectar meios de exportar ilegalmente a cocaína pelo Porto do Rio de Janeiro.
De acordo com a reportagem do G1, ele foi flagrado em uma escuta telefônica chamando policial civil de ladrão por ter desviado carga de cocaína da quadrilha.
Há relatos de entrada de drogas pelos portos de Valencia (Espanha), Antuérpía (Bélgica), Roterdã (Holanda)
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Em umas das remessas, os criminosos ofereceram uma propina de R$ 200 mil para que guardas portuários liberassem o acesso ao caminhão com as drogas no Porto do Rio.
Os membros e colaboradores eventuais da quadrilha atuaram em toda a cadeia mercantil relacionada ao entorpecente: negociação da droga com compradores estrangeiros que a distribuiriam na Europa, aquisição da droga com fornecedores na Bolívia e na Colômbia, expedição da droga para o Paraguai, importação da droga no Brasil.