A Justiça absolveu ano passado e arquivou processo contra um cabo da PM que foi acusado de matar em 2017 uma proprietária de linha de vans na Cidade Alta, em Cordovil.
Segundo a denúncia, o PM teria ligado para a vítima antes para combinar um encontro para acertar a continuidade de um suposto pagamento de propina já que naquela época houve uma mudança na facção do tráfico no local, passando do Comando Vermelho para o Terceiro Comando Puro.
Na ocasião do crime, o filho da vítima alegou que o PM e comparsas queriam levar a mãe em um carro mas este teria impedido, ocasiando disparos que mataram a mulher e o deixaram ferido.
O PM acusado era suspeito de ser o responsável por arrecadar o dinheiro das vans com os traficantes da localidade.
Na época, o já falecido traficante Baratão fazia o repasse das quantias que, por sua vez eram levadas ao Batalhão.
O carro empregado pelos elementos no crime era um H20. E nele estariam, entre outros, o traficante Peixão, que hoje é o atual líder da Cidade Alta.
A filha da vítima, que também é PM, disse desconhecer quem efetivou os disparos.
Ao chegar ao local já encontrou uma viatura da P2, do 16º Batalhão. Soube por um amigo de sua mãe, tempos após, que esses agentes impediram que a socorressem, mesmo depois de constatado que a mãe ainda agonizava.
O irmão ferido lhe contou que a mãe estava envolvida em coisas ilegais
Ela mantinha a linha de vans e pagava propinas para bandidos e para policiais. Tal fazia para sua linha trafegar regularmente.
Em dado momento, mais adiante, passou a fazer a entrega do dinheiro do tráfico para os policiais.
Ela disse que a comunidade foi “vendida” para o “Terceiro Comando” e, posteriormente, estes elementos estariam cobrando ao “Comando Vermelho” uma quantia ainda maior para devolvê-la e a mãe faria parte da negociação.
No dia do crime, o PM suspeito stava acompanhado de integrantes da facção “Terceiro Comando” que, na verdade queriam
matar a mãe.
Ela relatou, com base nas informações do irmão, que as negociações estavam sendo efetivadas pelos agentes do 16º Batalhão de Polícia.
A mãe teria perdido a linha de van após a venda da comunidade para o TCP