A Justiça manteve a prisão preventiva do traficante Ratinho, acusado de ser o gerente-geral do Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho e sobrevivente de um tiroteio ocorrido no ano passado que terminou com as mortes de Titio Rolinha e Bad Boy.
Ratinho, que foi baleado naquela ação e preso, é réu no processo que vai julgar o homicídio de Luís Felipe Sousa Xavier.
A vítima foi integrante do tráfico de drogas da comunidade “Cajueiro”, no bairro Madureira, pertencente à facção criminosa “Comando Vermelho”, sendo conhecida pela alcunha “Catarina”, mas, após cumprir pena entre os anos de 2011 e 2019, começou a trabalhar como motorista do aplicativo Uber.
No dia do crime, por força de conversas que a vítima vinha mantendo com integrantes de facções criminosas rivais, indivíduos não identificados, seguindo as ordens de Rolinha e Bad Boy armaram uma emboscada contra Luís Felipe, vindo a capturá-lo em Parada de Lucas e levá-lo para dentro da comunidade “Juramento”, onde foi amarrada, agredida fisicamente e alvejada com disparos de arma de fogo.
Ainda no mesmo dia, em frente ao nº 519 da Rua Agrário de Menezes, no bairro Vicente de Carvalho, indivíduos não identificados, cujas ordens obedeciam, destruíram o cadáver da vítima.
Os bandidos colocaram o corpo da vítima no porta-malas do veículo Chevrolet, modelo GM/Ônix, placa RKQ1A18, que fora roubado na data dos fatos (IP nº 027-02882/2022), e levado Poder J para a rua que dá acesso à comunidade “Juramento”, onde atearam fogo no automóvel com a vítima ainda dentro.
Investigações revelam que o Complexo do Juramento, composto pelas comunidades ‘Juramento’, ‘Parque Nova’, ‘Marabá’. ‘Vila Primavera’ e ‘Vila Real/Parque Silva Vale’, entre outras, é dominado pela facção criminosa ‘Comando Vermelho’, que atua na região há muitos anos, explorando como atividade principal o comércio ilegal de drogas, porém, de maneira acessória, também explora a prática dos crimes de porte ilegal de armas de fogo, roubo de cargas, extorsão, lavagem de dinheiro e homicídios.
Além de controlar o comércio de drogas, a distribuição de armas de fogo entre os seus comandados e a realização de roubos, Ratinho também determinava ataques e execuções de traficantes de comunidades rivais e de agentes de segurança pública, com o fim de aumentar e/ou manter os domínios territoriais dos seus pontos de vendas de drogas.