Morto em 18 de abril em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, o empresário Fábio Ortega pagava taxas semanais aos milicianos que agem no bairro por conta de seu empreendimento, o Clube Splash Park Hotel, não vinha sendo ameaçado e teve um irmão assassinado em São Paulo meses atrás.
Segundo a Justiça, o suspeito preso pelo crime, Antônio Souza de Andrade, agiu para consolidar o poder de fato de grupo criminoso que comanda toda sorte de atividades ilícitas naquela região.
Ortega estava entrando no ramo de negócios das apostas, segundo a Polícia Civil.
Segundo a denúncia, na tarde de 18 de abril de 2024, por volta de 13h, na Avenida Padre Guilherme Decaminada, em Santa Cruz, nesta cidade, Antônio Souza de Andrade, o suspeito preso desferiu vários disparos de arma de fogo contra o empresário, que veio a óbito no local.
Consta nos autos da investigação que o denunciado agiu com um comparsa. Ele desembarcou do automóvel GM, modelo Blazer foi em direção à vítima e abriu fogo contra ela.
Ele monitorou a rotina diária da vítima e a persegugiu desde de manhã, quando ela havia deixado a academia Lifefit Itaguaí, o denunciado armou uma tocaia e procedeu ao ataque de surpresa, impossibilitando qualquer chance de defesa.”
Uma testemunha relatou que Fábio era dono do Clube Splash Park Hotel Club ( fechado para sócios) , estabelecido no bairro ( mesmo há pelo menos dez anos.
Disse que a região é dominada por paramilitares e que empresário pagava certa quantia semanalmente para os milicianos, não sabendo indicar o valor, visto que era ele que tratava dessa questão pessoalmente.
Falou também que Ortega tinha a rotina diária de passar pelo local que é trajeto entre a academia de ginástica situada em Itaguaí ( e a sua residência situada em frente ao próprio clube, tendo o fato ocorrido no retorno da academia e quando se dirigia para casa.
Disse também que a vítima protagonizava processo judicial litigioso com a esposa.
Informou que o Clube Splash Park era para atividades particulares exclusiva para sócios como pesca, piscina, passeio a cavalo entre outras atividades relacionadas a clube de campo.
Segundo o declarante, semanalmente o empresário ou alguém do Clube pagava para milicianos que cobram valores prometendo segurança em troca. Não soube informar o valor que era pago.
Comentou que a vítima costuma ir todos os dias na parte da manhã para a academia e antes do meio dia já estava em casa.
Citou ainda que Ortega também era proprietário do Haras Fortega, localizado próximo ao clube e também dono de uma construtora em São Paulo. E a empresa estava com os bens bloqueados devido à ação judicial de divórcio.
A construtora fazia obras para o projeto minha casa minha vida.
Não soube informar se Orteg tinha algum envolvimento com política, milicianos ou se tinha dívidas
Dois meses antes, Fábio teria dito que se ele morresse que seu filho iria tomar conta do clube.
A testemunha chegou a perguntar ao empresário se estaria sendo ameaçado de alguma forma e ele negou que estivesse sendo ameaçado ou correndo algum perigo.
Informou que o irmão de Fábio, Afonso Ortega, fora assassinado há quatro meses no bairro de Santana, na Zona Norte de São Paulo e que o motivo teria sido porque ele estava junto com o motorista alvo principal da emboscada e que Afonso teria sido assassinado porque estava no mesmo veículo. Não sabe o motivo do crime.
O acusado do crime disse que é pintor automotivo, que é proprietário do carro usado no crime, que adquiriu de um vizinho em troca de um serviço de pintura que custava R$ 4 mil. Disse que vendeu o carro por R$ 10 mil para uma pessoa de Nova Iguaçu e recebeu em espécie.
Sobre as imagens das câmeras que viram ele passando em alta velocidade na rua onde o empresário foi morto, disse desconhecer tal fato.
A Justiça afirmou que o relatório das imagens constatou que constatar que o crime fora praticado por dois autores de forma imediata.
Que os suspeitosfizeram campana para aguardar a vítima na academia Le acompanharam o veículo da vítima até o retorno para a Av. Padre Guilherme Decaminada em Santa Cruz.
Em seguida, os autores fizeram uma emboscada interceptando de frente o veículo da vítima na esquina com a rua Artur de Sales, quando um dos autores saiu da Blazer Verde. efetuou os disparos e retornou para o carro. O outro suspeito apenas dirigiu o veículo. Ambos empreenderam fuga pela rua Artur de Sales em alta velocidade”