Veja os argumentos usados pelas autoridades fluminense para solicitar a transferência do miliciano Marcelo de Luna Silva, o Boquinha, para penitenciária federal fora do Estado do Rio de Janeiro, que foi acatada.
A defesa do bandido recorreu mas a Justiça não concordou e manteve o criminoso fora do RJ. Boquinha era braço-direito de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, e a segunda pessoa na hierarquia de uma organização criminosa que disputa o controle territorial armado na capital fluminense, promovendo instabilidade na segurança pública em diferentes bairros da Zona Oeste.
De acordo com Sistema de Identificação Penitenciária, o preso é classificado como de altíssima periculosidade, ostentando extensa ficha criminal.
Segundo consta, o preso atuaria na função de “gerente”, comandando localmente todo o funcionamento da estrutura criminosa dentro das comunidades locais, de grupo paramilitar conhecido como “Milícia do Zinho” ou “Família Braga”, que seria a maior milícia atuante no estado do Rio de Janeiro, cuja influência se estenderia por diversos bairros da Zona Oeste da capital fluminense.
Dados de inteligência indicam ainda que Boquinha teria sido o responsável por expandir a área de influência da organização criminosa, fomentando diversos confrontos com milícias rivais.
A polícia do Rio esclarece que a permanência do interno no sistema prisional do Rio de Janeiro proporcionaria a continuidade de suas atividades criminosas e a perpetuação no comando do grupo criminoso, desestabilizando a segurança pública daquela unidade federativa.
Ademais, existe ainda preocupação com a proximidade das eleições municipais, que ocorrerão no corrente ano, e a possibilidade de influência do crime organizado nesse processo, bem como a infiltração de políticos ligados a grupo milicianos, principalmente nas áreas de atuação da “milícia do Zinho.
Há, portanto, necessidade de cortar imediatamente a cadeia de comando entre a liderança e os comandados da estrutura criminosa.
Sabe-se que Boquinha e Zinho teriam rompido porque o primeiro, ao firmar uma parceria com o Comando Vermelho no Conjunto Cesar Maia, em Vargem Pequena, não estava repassando os lucros para a milícia.