A PM levou a conselho disciplinar, que pode definir pela exclusão de seus efetivos, dois policiais militares suspeitos de, em dezembro do ano passado, junto com outros elementos ainda não identificados, terem sequestrado Yago dos Santos da Silva, com o fim de obter para si vantagem consistente em dinheiro, como condição do resgate, resultando na morte da vítima, conforme narrado na denúncia. O fato ocorreu em Unamar, Cabo Frio.
A vítima foi abordada quando chegava em sua própria residência, por indivíduos que desembarcaram de um Fiat Siena preto e efetuaram diversos disparos de arma de fogo, que o atingiram, ocasião em que sequestraram, fato presenciado por uma testemunha.
A testemunha detalhou, ainda, que atrás do veículo havia uma viatura da polícia militar, sendo esta uma caminhonete Ford Ranger.
Além disso, narrou que os indivíduos que desceram do Fiat Siena preto estavam encapuzados, trajando fardas da PM.Após o sequestro de Yago, os sequestradores efetuaram contato 9 com a companheira da vítima e o pai do rapaz e o exigindo a quantia de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), como condição da soltura de Yago.
Em posse da quantia de R$ 10.000,00, o pai de Yago se dirigiu ao local combinado com os sequestradores (Avenida Independência – em frente a Madeireira Marbel – Tamoios, Cabo Frio/RJ) e deixou a quantia em uma árvore situada na calçada.
Através das câmeras de segurança do local, foi possível observar que os sequestradores estavam aguardando a quantia a ser deixada por em um HB20 branco, além da viatura Patamo da 8a Cia de Unamar, que neste dia era usada pelos PMs suspeitos. Não satisfeitos, os sequestradores foram à casa do pai de Yago e o espancaram, exigindo-lhe o restante do valor do resgate.
Assim, em posse da quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), o genitor do sequestrado se dirigiu novamente ao local combinado, deixando a r quantia na árvore situada na calçada.
Os criminosos foram flagrados retirando o dinheiro da árvore e se retirando do local no veículo HB20 branco, acompanhado da viatura.
Os criminosos prometeram liberar a vítima após o pagamento do montante inicialmente exigido R$ 20.000,00 porém, os familiares da vítima não mais tiveram notícias mesmo após o pagamento de R$ 15.000,00.
Os PMs envolvidos visando manter suas ações no anonimato manipularam a câmera operacional portátil, de modo a impedir que fosse realizado gravação no momento em que entregam uma balaclava a um nacional não identificado que aparece ao lado da porta da viatura.
Um dos policiais retirou o equipamento e o colocou no console da viatura e a imagem foi bloqueada.